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A 500 dias das Paraolimpíadas, Brasil quer ampliar presença em Paris 2024

O Brasil, por enquanto, está garantido em três modalidades – Foto: Divulgação/World Paravolley/Direitos Reservados

A contagem regressiva para as Paraolimpíadas de Paris chega a 500 dias neste domingo, 16. O evento em solo francês começa em 28 de agosto de 2024 e segue até 8 de setembro, com a expectativa de reunir 4.400 atletas, em 549 eventos de 22 modalidades.

O Brasil, por enquanto, está garantido em três deles. A primeira foi o vôlei sentado, que a seleção feminina está garantida, após o inédito título mundial, conquistado em novembro passado, em Sarajevo (Bósnia e Herzegovina). A equipe disputará em 2023 dois torneios que garantem uma vaga nos Jogos: o Campeonato Pan-Americano, em Edmonton (Canadá), em maio, e a Copa do Mundo no Cairo (Egito), em novembro. Como já está classificada, a Seleção Brasileira usará as competições, basicamente, como preparação.

“Tem horas que nem eu acredito que já conquistamos a vaga e que ainda tem gente correndo atrás dela. Agora é treinar para conquistar o título”, comemorou Janaína Petit, jogadora do time de vôlei sentado.

“Dá uma grande tranquilidade. [ter classificado por antecipação], mas um ano e meio passa muito rápido. vamos testar [formações e jogadas], mas já temos em mente o que queremos. Acho que o time vai ficar mais forte. Estaremos em igualdade de condições para ganhar a medalha de ouro [em Paris]”, completou o técnico Fernando Guimarães, que também comanda a seleção masculina, que disputará as duas provas de 2023 para buscar uma vaga nas Paraolimpíadas – só o campeão está garantido.

A participação do Brasil em 2024 também está confirmada no goalball masculino, graças à conquista do tricampeonato mundial, em dezembro do ano passado, em Matosinhos (Portugal). O esporte é praticado por atletas com deficiência visual (visão total ou baixa) e é o único do movimento paraolímpico que não é uma adaptação de alguma prática “convencional”.

Outra modalidade que tem garantido representatividade verde e amarela em Paris é o ciclismo. Em fevereiro, a União Ciclística Internacional (UCI) reservou duas vagas para o Brasil – uma por gênero – devido à posição do país no ranking masculino (líder) e feminino (segundo) nas Américas.

Considerando as três modalidades, o avião do Brasil para Paris tem atualmente 20 assentos reservados: 12 para atletas de vôlei sentado feminino, seis para goalball masculino e dois para ciclismo. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) quer classificar pelo menos 250 atletas. Na edição de Tóquio (Japão), em 2021, o país teve 259 representantes, incluindo os sem deficiência (atletas-guia no atletismo e na natação, o timoneiro no remo, os goleiros no futebol para cegos e no boliche).

vagas em vista
Ainda há vagas a serem conquistadas nas outras 19 modalidades. Alguns serão definidos este ano, nos Jogos Parapan-americanos de Santiago (Chile), em novembro. No tênis de mesa, por exemplo, os campeões das 11 categorias (masculino e feminino) vão para Paris. Nomes como Cátia Oliveira (classe 2), Israel Stroh (7), Sophia Kelmer (8) e Bruna Alexandre (10) têm chances de classificação via ranking mundial, que só será fechado em 2024, mas podem antecipar o passaporte se eles ganham o Parapan.

Outra modalidade com disputa por uma vaga em Santiago é o rugby em cadeira de rodas. O campeão parapan-americano está garantido nos Jogos. A Seleção Brasileira tenta, pela primeira vez, a classificação para as Paraolimpíadas sem ser o país-sede. Para chegar à classificação ainda em 2023, porém, o time terá que superar, principalmente, Estados Unidos (prata em Tóquio) e Canadá (onde o esporte surgiu).

“Pensando com os pés no chão, o caminho rumo a Paris é ficar entre o segundo e o terceiro lugar no Parapan, porque haverá uma fase classificatória, entre fevereiro e março de 2024, com oito equipes e três vagas. Nosso plano é chegar a essa classificação e buscar uma dessas três vagas”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), José Higino.

Além do tênis de mesa e do rúgbi, o Parapan definirá lugares como Paris no goalball, bocha, tiro com arco, futebol para cegos e remo. Nas últimas três, também haverá a possibilidade de vagas pelo Mundial deste ano, que também servirá como classificatória para mais quatro modalidades: atletismo, natação, paracanoagem e tiro.

Diferentemente do tênis de mesa, em que as vagas de campeões parapan-americanos são dos próprios atletas, as demais são do país, que definirá os critérios de seleção. Nos Jogos de Tóquio, por exemplo, o CPB definiu que os medalhistas de ouro nos Mundiais de Atletismo e Natação de 2019 teriam vaga garantida nas Paraolimpíadas. Os parâmetros para 2024 ainda não foram anunciados.

“Eu estou muito ansiosa [risos]. Temos que entender que cada passo é um passo. Por isso temos nossa psicóloga, com quem fazemos um bom trabalho, para chegarmos bem e tranquilos ao Mundial. E aí conseguir essa vaga vai ser fruto de muito trabalho”, projeta Marcelly Pedroso, velocista da classe T37 (paralisia cerebral), que sonha com a primeira Paraolimpíada da carreira em Paris.

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