Professora Nilda aponta: “Ela não está preocupada com a Educação” – Foto: Reprodução
A professora Nilda exigiu que a Prefeitura de Parnamirim pagasse o salário mínimo dos professores do município. Segundo ela, a Prefeitura deixou o caos se instalar na Educação, provocando a greve dos professores.
Nesta quarta-feira, 26, o desembargador Vivaldo Pinheiro, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), atendeu a um pedido da Prefeitura de Parnamirim e determinou o retorno ao trabalho de professores da cidade, que estavam afastados greve desde quinta-feira, dia 20. , sob pena de multa de R$ 10 mil por dia.
Educadores paralisaram as atividades em Parnamirim para exigir reajuste salarial de 14,95% – o mesmo reajuste que o Ministério da Educação anunciou para o salário mínimo nacional dos professores. A Prefeitura alega que não tem recursos suficientes e se propõe a pagar reajuste de 6%.
“Não vamos enfrentar uma decisão judicial, mas acredito que seja necessário um estudo ou auditoria dos recursos da Prefeitura para entender o que está acontecendo. A Prefeitura já está em dívida com a categoria, em 2022 o reajuste do piso nacional foi de 33,24%, mas a gestão pagou apenas 15%. Agora são 14,95% e você quer oferecer apenas 6%? Essa negociação é justa?
A rede municipal de ensino de Parnamirim atende 28,6 mil alunos. Segundo a prefeitura, a continuidade da greve pode causar “danos irreparáveis” aos estudantes e deve ser declarada abusiva uma vez que “não há indícios quanto à manutenção do mínimo necessário para a prestação dos serviços”.
De acordo com a Lei de Greve, a paralisação dos trabalhadores em serviços essenciais não pode ser total. Além disso, a prefeitura alega que já paga professores acima do valor mínimo, que é o mínimo exigido pela Constituição. Segundo a gestão municipal, um reajuste de 14,95% para todos os professores faria o Município ultrapassar o limite de gastos previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O juiz concluiu que a greve é abusiva.
“A Prefeitura de Parnamirim permitiu que esse caos chegasse. Quem está sustentando são os profissionais da Educação. O governo precisa normalizar o quadro de professores e melhorar as condições de trabalho, mas não está preocupado com a Educação”, relatou Nilda ao Agora RN.
Segundo a professora Nilda, o sindicato que representa os professores do município não está aberto ao diálogo com a Prefeitura. “Falta amor à Educação, porque a cidade tem dinheiro. O piso é lei e deve ser cumprido. A cidade tem um orçamento de quase R$ 1 bilhão, então por que não tem dinheiro?”.
À reportagem, Nilda afirmou que a Educação em Parnamirim vem enfrentando sérios problemas. “No início de 2023, faltou almoço, que é o básico. Falta de segurança, a infraestrutura escolar é precária, a maioria das quadras estão interditadas. Temos o problema de falta de auxiliares para alunos com deficiência, falta de professores para algumas disciplinas, portanto falta de compromisso da Prefeitura com a educação”.
Segundo a professora Nilda, um concurso se arrasta desde 2015, o que dificulta a recomposição do quadro de profissionais. Para ela, também é preciso priorizar a segurança. “É preciso colocar videovigilância nas escolas, vigiar aos fins-de-semana e manter as rondas escolares”, defendeu.