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A Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Rio Grande do Norte (ABIH-RN) comemorou nesta sexta-feira, 19, a definição da nova operadora do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.

Segundo Abdon Gosson, presidente da ABIH-RN, não só o setor hoteleiro, mas todo o segmento de turismo recebe a notícia com muita satisfação. “Estávamos ansiosos por esse momento. É o maior equipamento turístico do nosso estado agora com a possibilidade de retomar sua função principal de receber todos que aqui chegam”, comemorou.

Para ele, a expectativa é que a nova empresa possa viabilizar novos voos para o terminal. “Se Deus quiser essa nova empresa vai poder viabilizar novos voos, transformar nosso aeroporto em um hub nacional, tanto voos nacionais quanto internacionais podem chegar aqui e viabilizar [o aeroporto]. Vivemos em um país continental, precisamos de um avião. Quanto mais esse equipamento se viabilizar, melhor para o turismo, que faz parte do setor que mais gera empregos no estado”, projetou.

Para ele, a expectativa é que o diferencial da nova empresa gestora do terminal possa ser percebido no curto prazo. “A ansiedade acabou hoje e esperamos que no curto prazo comecemos a ver as mudanças que precisam ser feitas nos equipamentos que não foram viabilizadas pelo Inframérica. O terminal estava abandonado”, observou.

Aniversário do dia, o governador comemorou o resultado da relicitação. “O leilão foi um sucesso. Esse é o maior presente que eu poderia receber hoje, porque é o povo do Rio Grande do Norte que está recebendo esse presente. Demorou mais de 3 anos para esse aeroporto parar, causando prejuízos ao Rio Grande do Norte. Já temos uma nova operadora, que fará os investimentos necessários que o aeroporto tanto precisa”, afirmou o governador, que acompanhou pessoalmente o leilão.

PAGAMENTO DA LICITAÇÃO

Tobias Markert, diretor da Zurich Latin America, que comprou o aeroporto por R$ 320 milhões, disse que o novo aeroporto se adequa ao portfólio da empresa no país. Ele destacou o potencial turístico do Rio Grande do Norte, mas disse que o estado também tem energias renováveis ​​e agricultura. Markert disse que Brasil e Índia são mercados prioritários para os investimentos da empresa.

O executivo afirmou que o pagamento da outorga será feito com o caixa da empresa, uma linha de empréstimo com um banco no Brasil e que a empresa não pretende usar precatórios.

O uso de precatórios no pagamento de outorgas aeroportuárias está sendo reavaliado pelo governo e, segundo especialistas, traz insegurança jurídica.

“A boa notícia é que não vamos usar precatórios. Vamos usar dinheiro da Zurich e estamos negociando um empréstimo com um banco brasileiro. Queremos aproveitar a experiência que temos nos aeroportos que já operamos no Brasil e no exterior”, disse, antes de bater o martelo após a vitória.

O governo terá de arcar com a diferença entre o valor concedido pela Zurich e a indenização paga à Inframérica, concessionária que desistiu de operar São Gonçalo. O valor estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para indenização foi de R$ 550 milhões e o vencedor foi de R$ 320 milhões, portanto uma diferença de R$ 230 milhões.

Mas o cálculo está passando por uma auditoria independente. O Inframérica informou que não comentará o assunto antes do resultado final. O leilão de relicitação teve como critério o maior valor inicial de outorga. O valor mínimo foi fixado em R$ 227 milhões.

O contrato de concessão, com prazo de 30 anos, prevê R$ 308,9 milhões em investimentos em obras.

Os valores projetados para o contrato contemplam uma receita estimada para toda a concessão de R$ 1,32 bilhão.