Um recém-nascido teve a cabeça arrancada durante o parto no Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em Belo Horizonte, segundo denúncia feita pela família à Polícia Civil. A corporação abriu inquérito para apurar a morte da criança.
O hospital e a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), administradora do HC, afirmam que farão todos os esforços para apurar os fatos, analisar e apoiar a família.
A mãe, Ranielly Coelho Santos, 34, foi internada no dia 24 de abril com 28 semanas de gestação após passar mal em casa. O diagnóstico foi de hipertensão, segundo a advogada da família, Jennifer Valente.
No dia 1, a equipe médica que acompanhava a paciente decidiu realizar um parto induzido. A avó materna do bebê e o pai acompanharam o procedimento em uma sala separada por vidro.
O pai chegou a ver o rostinho da bebê, uma menina, segundo a advogada. “A partir daí ele percebeu que a criança estava ficando roxa. Aí os médicos começaram a ficar desesperados”, conta a advogada, com base em relatos da família.
Um integrante da equipe que realizava o parto então começou a tentar puxar a criança, foi quando, segundo o advogado, a cabeça da menina foi arrancada. O representante da família afirma que a mãe foi sedada e o pai retirado do local onde acompanhou o procedimento por seguranças.
O advogado conta que a família começou a ser pressionada pelo hospital a não levar o corpo da criança para necropsia no IML (Instituto Médico Legal) de Minas Gerais, e que um laudo seria emitido pelo próprio Hospital das Clínicas.
A família recusou e na quarta-feira (3) prestou queixa na Polícia Civil, que determinou o encaminhamento do corpo para o IML. O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio.
Em nota, a Polícia Civil informou que a recém-nascida morreu durante o parto e que uma necropsia já foi realizada pelo hospital.
“Foi instaurado um inquérito para apurar as causas e circunstâncias do incidente e estão a ser tomadas diligências para esclarecer o caso e apurar se houve erro médico ou negligência”, refere a corporação, em nota.
“Em relação ao referido caso, o Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh lamenta profundamente o fato e se solidariza com a família neste momento de luto. O HC e a EBSERH envidarão todos os esforços para apurar os fatos, analisar o caso e apoiar a família”, afirma o hospital e sua administradora em comunicado.
LEONARDO AUGUSTO – FOLHAPRESS