RN 24 Horas

A Noticias Vidrada 24 Horas. Veja toda notícia do Rio Grande do Norte e Região.
CBF administra disputa com ex-funcionários;  ação cobra R$ 766 mil

Sede da Confederação Brasileira de Futebol, na cidade do Rio de Janeiro — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A CBF é alvo de ações trabalhistas movidas por ex-funcionários da comissão de arbitragem. A cobrança direcionada à entidade envolve o fato de terem sido contratados sem carteira de trabalho (regime CLT) ou qualquer contrato de prestação de serviços, conforme consta dos autos. Entre os ex-funcionários que estão processando a CBF estão Almir Mello, ex-analista de desempenho de arbitragem, Nilson Monção, que atuou na comissão de arbitragem, além de Cláudio Vinícius Cerdeira e Manoel Serapião.

Todos foram afastados na mais recente reformulação da comissão de arbitragem, em abril de 2022, após a chegada de Wilson Seneme à presidência do departamento. Almir foi o primeiro a ser ouvido na Justiça do Trabalho, em 20 de abril, e cobra R$ 766 mil da CBF, incluindo direitos trabalhistas e outros valores. O representante da CBF na audiência foi Giuliano Bozzano, atual gerente técnico de arbitragem, que admitiu a falta de contrato de trabalho, seja CLT ou de prestação de serviço.

RECLAME NA JUSTIÇA. Almir Mello chegou à CBF em 2016, a convite do então presidente da comissão de arbitragem, coronel Marinho. A presidência da CBF ficou com o coronel Nunes. “Recebi uma oferta de emprego para ser analista de desempenho da comissão de arbitragem. Saí de São Paulo para morar aqui no Rio. A CBF pagou o salário, mas nunca nos registrou. Ele tinha plano de saúde, mas não tinha registro. Estamos discutindo na Justiça tudo o que você tem direito por ter trabalhado e não ser registrado, não ter fundo de garantia, demissão sem aviso prévio”, disse Almir à reportagem.

O ressentimento dos funcionários aumentou porque houve reuniões, segundo Almir, já na gestão de Rogério Caboclo com os responsáveis ​​pelo RH da CBF. A promessa era regularizar o registro trabalhista do grupo da comissão de arbitragem. Mas Caboclo foi afastado e o cenário se manteve até a reformulação do setor por Ednaldo, um mês depois de eleito. “Eu não tinha contrato. Recebemos, mas nada nos foi apresentado. Na opinião deles, não havia vínculo. Eles nos pagavam como se fôssemos autônomos, mas sem contrato nem nada”, completou Almir.

O pedido de indenização na Justiça aumenta porque há cobrança de horas extras. Almir trabalhava aos finais de semana nos jogos da rodada como analista de vídeo ou analista de campo, indo aos estádios para observar a atuação dos árbitros. Com a chegada do Seneme, os profissionais da comissão de arbitragem passaram a ser contratados pelas regras do regime da CLT, mesmo aqueles que já vieram de gestões anteriores e ficaram na casa.

CBF NÃO QUER ACORDO. A CBF não propôs acordo no processo. A estratégia jurídica da entidade tem sido analisar caso a caso e não propor indenização de imediato, caso haja entendimento de improcedência do pedido da outra parte. Oficialmente, a assessoria informou que a CBF não comentará o caso e apenas se manifestará nos autos.

A audiência em que Almir e as testemunhas foram ouvidas ocorreu no dia 20. A juíza do processo estabeleceu um prazo para que as partes enviem as razões finais, que termina na sexta-feira (5) e então ela pode proferir sentença sobre o processo. As demais ações de natureza semelhante contra a CBF, como a de Nilson Monção, Cerdeira e Manoel Serapião, terão julgamento nos próximos meses. (IGOR SIQUEIRA – UOL/FOLHAPRESS)

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.