RN 24 Horas

Em 2024, os partidos formarão chapas indicativas e proporcionais para concorrer às 167 Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte. A decisão da terça-feira, 9, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decretou a nulidade dos votos recebidos por União Brasil e PSDB em Currais Novos e Mossoró, deve ser analisada com cautela. As ações em questão dizem respeito às cotas de gênero.

Em Mossoró, a denúncia é de que o PSDB cometeu fraude, colocando um candidato supostamente laranja para preencher a cota exigida pela legislação para registro de candidatos.

Resultado: a vereadora Larissa Rosado perdeu o mandato. Ela, que no ano passado trocou o PSDB pela União Brasil, mesmo tendo recebido R$ 70 mil por sua campanha. Candidata derrotada a deputada estadual, Larissa chegou a receber R$ 438 mil da União Brasil, mas teve apenas 10.666 votos em todo o estado. A perda do mandato de Larissa Rosado não deixa de suscitar em si uma contradição de mérito, em defesa dos espaços das mulheres na política. Ao anular os votos e destituir um dos três vereadores da Câmara Municipal de Mossoró, que tem 23 parlamentares no total, quem toma posse é justamente um homem.

Em Currais Novos, porém, aconteceu o contrário. Segundo o Ministério Público, o candidato sequer morava na cidade e era parente do único candidato eleito pelo partido, Marcos Xavier. Quem assume o cargo por lá é Rayssa Aline (PT). As decisões devem alertar os líderes partidários que organizarão os indicados, eles já sabem: as mulheres devem ter voto. E não é considerado apenas deles.

FIM DAS ROSAS?

Em nota, Larissa Rosado afirmou que vai recorrer da decisão do TSE. Nas eleições de 2020, o partido foi presidido por Lahyre Rosado Neto, irmão de Larissa. Os dois foram os organizadores da nominata. Lairinho não prestou atenção na hora de escolher todas as mulheres. Até terça-feira, Larissa era a única integrante da família Rosado que ainda tinha mandato eletivo. Mesmo tendo perdido feio para um deputado estadual no ano passado.

ATENÇÃO

O ex-senador José Agripino Maia levou os deputados federais Paulinho Freire e Benes Leocádio ao “estilingue” para homenagear a posse do ex-prefeito de Salvador ACM Neto como presidente do Instituto Índigo, que é a base da União Brasil. Ele pretende acabar com o que tem sido uma marca incontornável do partido desde a sua criação: a divisão de filiação (e suas decisões políticas) entre as alas do ex-DEM e do PSL. Agripino ainda insiste na nomeação do ex-prefeito Ivan Júnior (Assú) como superintendente da Codevasf. O ex-senador acha que o senador Davi Alcolombre, coordenador político do governo Lula, resolve tudo.

RESORT

Ainda a vereadora Larissa Rosado pegou a estrada para Natal nesta quarta-feira, um dia após seu mandato ser cassado pelo TSE. Ela esteve com a governadora Fátima Bezerra (PT) em Mossoró e marcou encontro ontem na Governadoria. Larissa ligou para os poucos amigos que lhe restavam. Ele agora está atrás tentando manter o mandato onde pode. Também já sinaliza oportunidades futuras para ela e sua equipe, que ficarão desempregadas.

TODO VAPOR

Quem acompanha as falas do deputado Adjuto Dias (MDB) vê que o filho do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) é realmente sistemático na oposição ao Governo de Fátima. Ontem, ele expressou sua preocupação com o fluxo de turistas no estado e citou o fato de a passagem aérea para Natal custar mais do que para outros destinos do Nordeste, como João Pessoa, Recife ou Fortaleza. “Esse é um fato curioso e ruim, pois afeta muito o turismo do RN, já que o preço das passagens é um dos fatores que mais vai impactar a vinda ou não de turistas ao nosso Estado”.

NOVOS VENTOS

A governadora Fátima Bezerra conseguiu reunir o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, marido da senadora Zenaide Maia (PSD). Agendar? Apresentação do Projeto Dunamis de Geração Solar Compartilhada em Santana do Matos. Futuras parcerias para o encaminhamento das 1.300 vagas de emprego e com os Ierns para treinamento e qualificação de mão de obra para atuar nos empreendimentos da empresa no Estado.

CARREGAR ÁGUA?

A oposição não para na Assembleia Legislativa. A deputada Cristiane Dantas (Solidariedade) juntou segmentos para discutir os impactos, legalidade e possíveis prejuízos à sociedade, devido à possibilidade de cobrança da água bruta pelo Governo de Fátima. Presença de autoridades, além de representantes de entidades públicas e privadas ligadas aos setores afetados pela eventual medida, como agricultura, pecuária, carcinicultura, água mineral e indústrias de cana-de-açúcar. Cristiane Dantas iniciou sua fala deixando claro que é contra a proposta.

DETALHES

Coube ao secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Paulo Varella, explicar detalhadamente a situação do abastecimento de água em todo o Estado. Além disso, falou sobre a história e a legislação envolvendo a cobrança da distribuição de água no Brasil. Paulo Varella disse ainda que a edição do decreto de cobrança de água bruta “não é uma iniciativa do governo, mas de todo um sistema”. “Esta Câmara aprovou a própria Lei 6.908, em 1996, e é essa legislação que cria os instrumentos de gestão e arrecadação. Queremos tornar o decreto o mais democrático possível. Vamos conversar, setor por setor”, assegurou.

PEGUE, DÊ AQUI

Após derrotas consecutivas no Congresso Nacional, o Palácio do Planalto teve ontem sua primeira reunião com os partidos populares. Ao mesmo tempo em que houve uma cobrança por parte do Governo Lula, também houve um compromisso com a divulgação de emendas e posicionamentos na Esplanada dos Ministérios. Por exemplo, a aprovação do PDL (projeto de decreto legislativo) na Câmara, que suspendeu o decreto que derruba as mudanças feitas pelo governo federal no Marco Sanitário, foi a primeira derrota de Lula na casa. Foram apenas 136 votos a favor do governo e 295 contra.

2026

O prefeito, Arthur Lira, disse ontem que a fila de potenciais candidatos de centro-direita para disputar a eleição presidencial de 2026 é longa. Em evento com empresários em Nova York, Lira citou os governadores Cláudio Castro (RJ), Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ratinho Jr. (PR) como possíveis nomes. O presidente Lula (PT) também pode buscar a reeleição em 2026. Embora o atual presidente tenha até agora descartado essa possibilidade, ele fez uma declaração durante uma entrevista em fevereiro abrindo a possibilidade.