As sequelas causadas pela covid-19 e os quadros crônicos da doença, chamados de covid-19 de longa duração, continuarão preocupando autoridades de saúde e pressionando os serviços de saúde, dizem pesquisadores ouvidos pelo Agência Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou ontem (6) o alerta de emergência de saúde pública de preocupação internacional pela covid-19, o que significa que surtos da doença já são considerados mais controlados e previsíveis, principalmente por causa da vacinação. . Mesmo assim, a presença desses surtos em todos os continentes mantém o status de pandemia.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, destaca que, além da doença ainda fazer vítimas, há pacientes que convivem com seus sintomas por períodos prolongados.
“Os cuidados continuam. É uma doença que ainda tem um grande impacto na saúde de todos. Tanto em suas formas agudas quanto crônicas. A longa covid e as sequelas da doença são realmente um grande problema de saúde pública a ser enfrentado”, afirma.
Diante disso, o cuidado mais importante é a vacinação em dia, com doses de reforço e a vacina bivalente. Ir além do esquema básico de vacinação, com duas doses, é fundamental para a proteção contra a variante Ômícron e seus derivados, que dominam o cenário epidemiológico desde o início do ano passado.
A pneumologista Patrícia Canto, da Fundação Oswaldo Cruz, aponta que os sintomas de Covid-19 de longa duração observados nos serviços de saúde afetaram principalmente pessoas infectadas antes da vacinação.
“A covid trouxe, para muitas pessoas que foram contaminadas, principalmente antes das vacinas, uma série de sequelas com as quais convivem até hoje, seja perda de olfato ou paladar, fadiga crônica e uma série de problemas cardiovasculares”, descreve. .
Pesquisadores da Fiocruz estudam essas condições de saúde para entender melhor seus mecanismos, e Patrícia Canto diz que ainda não há resultados definitivos.
“É importante que restem muitos estudos, porque sabemos pouco sobre a covid. Já se passaram alguns anos de doença e temos muito a aprender sobre esse vírus, sobre as sequelas definitivas e consequências a longo prazo. Não podemos negligenciar. Temos que ficar atentos que, em caso de sintomas respiratórios, temos que fazer o teste de covid e usar máscara para evitar a contaminação de outras pessoas, além de evitar a circulação em locais fechados quando estivermos com sintomas, pois isso protege outras pessoas, principalmente os do grupo de risco”.
Garantir o acesso às vacinas, seja em países pobres ou em grupos específicos de países de média e alta renda, é fundamental para a proteção coletiva, aponta a pesquisadora.
“É importante cada um fazer a sua parte, estar atento à coletividade e, principalmente, tomar as vacinas, porque eles mostraram que foram fundamentais para o que foi decretado pela OMS. Sem vacinas, a situação no mundo seria muito mais grave”.