CPI dos atos de 8 de janeiro pode atrapalhar investigações e agenda do Brasil, diz Dino

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília dificultaria as investigações sobre o caso em si, além de tirar o foco da tramitação de outras pautas mais importantes no Congresso, afirmou. Sexta-feira, 7, o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ele defendeu que a prioridade do governo no Congresso é o avanço da reforma tributária e do quadro fiscal, classificado como “vital para a retomada dos investimentos, geração de empregos e crescimento”.
“O governo não tem nada a temer. O que temos é a responsabilidade de entender que uma CPI neste momento pode atrapalhar investigações, proteger terroristas e atrapalhar a agenda que interessa ao país”, declarou o ministro, em entrevista ao GloboNews.
Dino acrescentou que já existem 1.200 ações penais contra os autores de atos antidemocráticos. “O que vai contribuir uma CPI neste momento se as pessoas já estão sendo processadas?”, questionou.
O ministro disse ainda que acredita na responsabilização de pessoas que ainda não foram alcançadas pelas investigações. Até o momento, já foram identificados executores, organizadores e financiadores.
“Personagens ocultos ainda aparecerão”, disse Dino. “Eles são os articuladores políticos de tudo isso.”