Em visita à 4ª Feira da Reforma Agrária, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta na final de abril na Câmara dos Deputados para investigar o movimento social, vai mostrar que o MST é um dos maiores produtores de alimentos do país.
Pimenta afirmou não estar preocupado com a possibilidade de a oposição usar a CPI para atacar o governo. “Não tenho essa preocupação, pelo contrário. Acho que muita gente não conhece o MST como maior produtor de arroz orgânico da América Latina, o MST como grande produtor de alimentos, de alimentos”, disse em entrevista, no Parque da Água Branca, no capital paulista, onde acontece a feira.
“A CPI será uma grande oportunidade para o Brasil conhecer o MST. O MST vai sair dessa CPI mais respeitado, maior, tendo mais visibilidade e sendo mais admirado”, acrescentou.
O ministro destacou que a feira do MST é uma demonstração da capacidade de produção de alimentos saudáveis dos produtores ligados ao movimento, fruto da reforma agrária. “Essa feira tem 1.600 itens, uma variedade impressionante, comida de qualidade com preço justo, a produção de comida que o povo brasileiro precisa”.
Pimenta disse ainda que o atual governo federal é plural e oferece espaço tanto para a agricultura empresarial quanto para a agricultura familiar. “Vamos trabalhar pelo que é melhor para o Brasil e para o povo brasileiro. Há espaço, no nosso projeto, para a agricultura familiar, para a agricultura empresarial. Essa contradição não existe e ruídos ocasionais, quem vive em democracia sabe que isso faz parte do jogo político, do jogo democrático”, afirmou.
Em discurso no palco principal da feira, o ministro disse que a mensagem enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para reafirmar o compromisso do governo com o fim da fome no país. “A mensagem é devolver ao povo brasileiro o direito de fazer três refeições ao dia. Não é possível um país rico, um país como o nosso, conviver com uma realidade em que mais de 30 milhões de pessoas passam fome todos os dias, e outras dezenas de milhões não sabem o que vão comer no dia seguinte”.