O jogador de futebol Daniel Alves declarou nesta segunda-feira, 17, que a relação sexual com a jovem que o acusou de estupro, em 30 de dezembro do ano passado, foi consensual e que a vítima pode tê-lo denunciado por falta de intimidade após o ato.
Ele está internado no centro penitenciário de Brians, na região metropolitana de Barcelona, desde 20 de janeiro. Ele foi preso por risco de fuga, apontou o juiz na época. A pedido da defesa, o brasileiro prestou este segundo depoimento antes do julgamento, que ainda não tem data marcada.
Segundo fontes da imprensa espanhola, Alves disse esta segunda-feira que sempre teve relações respeitosas com as mulheres e que não dá um passo sem perceber que existe uma ligação e predisposição de ambas as partes.
Alves disse ainda que o interesse entre eles era mútuo e houve tensão sexual desde o momento em que se conheceram, na área VIP da boate Sutton, em Barcelona.
A certa altura, segundo estas fontes que acompanharam o depoimento, foi-lhe perguntado porque é que a jovem o acusava de violação. Alves respondeu que acreditava que, pelo fato de terem combinado sair do banheiro separados e agirem discretamente, sem que ele demonstrasse atenção ou carinho após o ato, ela pode ter se sentido ofendida.
Alves voltou a dar sua versão dos acontecimentos, dizendo que chegou ao local com o amigo Bruno Brasil e foi encaminhado pela equipe da boate para a mesa 6 da área VIP, como sempre, por questões de segurança.
Lá conheceram as três meninas e, segundo ele, dançaram e conversaram, principalmente com a suposta vítima. Em seguida, ele diz que propôs ir para um lugar privado e eles foram ao banheiro. Segundo ele, ela teria aceitado e ido ao banheiro sozinha.
Tudo o que acontecia dentro do banheiro era um ato livre e voluntário, declarou. Segundo Alves, eles transaram e ela nunca disse para parar. A essa altura, o jogador disse que sempre respeitou as mulheres e nunca agiu de forma negativa com elas.
ACUSAÇÃO DE ESTUPRO E PRISÃO
Segundo seu depoimento, Alves os chamou à área VIP da boate e ofereceu taças de cava (espumante produzido na Catalunha), que eles recusaram.
Assim, o jogador teria se colocado atrás da jovem. “Ele pegou minha mão, colocou no pênis e eu tirei”, disse ele no depoimento. Alves a teria levado ao banheiro, onde teria dito “que eu não podia sair e que tinha que dizer a ele que eu era a putinha dele”.
Segundo o depoimento dela à Justiça, Alves teria forçado a cabeça da mulher contra seu pênis e em seguida a esbofeteado. Em seguida, ele teria virado a jovem em posição e a penetrado até ejacular.
Daniel Alves teria dito, então: “Vou sair primeiro”. Após comunicação aos seguranças, a vítima foi atendida no Hospital Clínic, cujo laudo médico apontaria traços compatíveis com agressão.
Em sua primeira declaração, Daniel Alves se contradisse ao dizer que houve uma relação consensual. Antes, porém, ele havia dito que não conhecia e não teve envolvimento com a suposta vítima.
Depois, a defesa admitiu que o jogador mudou de versão e passou a trabalhar com a ideia de que havia uma “relação consensual” com a suposta vítima.
O jogador segue preso aguardando o julgamento, ainda sem data marcada. A defesa está considerando entrar com um segundo pedido de liberdade provisória nos próximos dias. A primeira foi negada, devido à possibilidade de risco de fuga.
IVAN FINOTTI
MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS)