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Três dias depois de publicar uma entrevista com Michael Schumacher, a editora da revista alemã Die Aktuelle, Anne Hoffmann, foi demitida pelo grupo Funke, dono do veículo jornalístico. Na quarta-feira, a revista havia publicado uma entrevista com o ex-piloto de Fórmula 1 usando recursos de inteligência artificial.

“Este artigo de mau gosto e enganoso nunca deveria ter sido publicado. Em nada corresponde aos padrões de jornalismo que nós – e nossos leitores – esperamos de um grupo como o Funke”, declarou Bianca Pohlmann, diretora das revistas do grupo alemão. Pohlmann confirmou a saída de Hoffmann do comando da publicação – ela era editora-chefe desde 2009.

A revista havia feito ampla divulgação de que tinha em mãos a primeira entrevista concedida pelo ex-piloto de F-1 desde seu grave acidente em dezembro de 2013. E, na matéria publicada, há frases atribuídas a Schumacher, com citações até sobre seu vida familiar. A revista, porém, só revelou na quarta-feira que a matéria havia sido produzida com ferramentas de inteligência artificial.

Na quinta-feira, a família de Schumacher confirmou que vai buscar justiça contra a direção da revista. Como de costume, evitaram aprofundar o assunto em contato com o canal ESPN e também com agências de notícias.

A lenda do automobilismo Schumacher sofreu um grave acidente de esqui em dezembro de 2013 nos Alpes franceses. Desde então, sua saúde se tornou um dos maiores mistérios do esporte mundial. A família tem cuidado da privacidade do ex-piloto com mão de ferro, sem deixar vazar nenhuma informação sobre seu estado físico.

“Privado é privado, como ele sempre disse. É muito importante para mim que ele continue a aproveitar sua vida privada o máximo possível. Michael sempre nos protegeu e agora somos nós que protegemos Michael”, disse Corinna Schumacher no documentário sobre o marido lançado em 2021 pela Netflix.

Até a produção desta obra, Corinna e o marido moravam na cidade de Gland, na Suíça. Um leito médico teria sido instalado na casa da família para os cuidados do ex-piloto. “Moramos todos juntos em casa. Fazemos terapia. Fazemos tudo o que podemos para deixar Michael bem. Queremos ter certeza de que ele está confortável e que, simplesmente, se sente parte de nossa família, nossa conexão”, disse Corinna.