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Escritor do Rio Grande do Norte faz um balanço dos detalhes da vida no livro “Inventário de tão pouco”

Theo começou a escrever os poemas do novo livro há três ou quatro anos — Foto: divulgação

Poesia como espólio. Em “Inventário de tão pouco”, seu novo livro — o oitavo de uma carreira literária de 14 anos —, o escritor Theo G. Alves, de 42 anos, tenta fazer um apanhado de coisas que parecem menores na urgência do cotidiano. vida. Naquele pedacinho ao qual o mundo geralmente é indiferente, estão os grandes temas da humanidade: o tempo, o amor, as perdas, os caminhos, as cidades.

“Tudo o que compõe o pequeno legado do que escrevo está nele. Continuo praticando a forma de dizer as coisas que me compõem. Então, de certa forma, esse inventário é algo que está dentro e fora de mim simultaneamente. É assim que recebo, transformo e devolvo ao mundo o que me toca”, diz Theo Alves, que nesse exercício de dizer as coisas que o compõem acaba se vendo diante de uma versão mais jovem de si mesmo, estreando-se como escritor com o livro “Pequeno manual prático de coisas inúteis”, também de poemas, publicado em 2009.

“De certa forma, o manual e o inventário formam uma espécie de encontro. Na verdade, meu primeiro livro representa a primeira vez que consegui organizar o que escrevo para tentar entender meus processos de relacionamento comigo mesmo e com o mundo. Acho que continuo tentando entender esses processos e espero nunca terminar de fazer isso, afinal a gente muda o tempo todo e parar de tentar traduzir esse processo significa parar de lidar com o mundo. Para mim, o inventário marca um passo importante nessa compreensão, pois me parece um belo livro. Oferecer algo belo, mesmo que às vezes seja cruel, parece-me um gesto de esperança para a vida.”

Theo começou a escrever os poemas do novo livro há três ou quatro anos, mas não namorava — sempre evita namorar o que escreve — para não sentir a angústia de ter que transformar tudo em alguma coisa porque o tempo está passando. “O ritmo absurdo da vida também me ensinou a cortar atalhos para um livro. O primeiro processo é sempre o de olhar as coisas sem tentar entendê-las, mas senti-las. Isso se confunde muito com o que é viver”, diz.

Questionado se o título “Inventário de tão pouco” seria uma forma irônica de refletir sobre a poesia e a arte em geral, vistas como coisas sem importância diante do pragmatismo da vida, Theo responde à provocação como o escritor profundamente sensível que é : “Dizer que a arte não é importante me parece muito duro. Não acho que isso, especialmente a Literatura, tenha qualquer utilidade prática. Felizmente. Nem tudo na vida precisa ser usado para trocar um pneu, construir um muro ou mapear pessoas por meio de algoritmos. A razão de ser da poesia é a própria poesia, e isso é naturalmente grande. Adoro ver, sentir e pensar nessas coisas de pouca utilidade, dos besouros a Deus, passando pela vida, passando pela própria poesia.”

“Inventário de tão pouco” é publicado pela Editora Penalux, de Guaratinguetá-SP, com exemplar assinado por DB Frattini, escritor e especialista em Fundamentos Estruturais da Composição Artística; prefácio de Nélio Silzantov, escritor, crítico literário e professor; e a quarta capa de Mar Becker, escritora e poetisa. É a primeira obra de Theo Alves publicada pela editora paulista, depois de algum tempo de paquera. “Alguns projetos quase saíram por aí, mas só agora juntamos as penas. Enviei os originais para as editoras, que receberam o livro com muito carinho e atenção. Isso é fundamental para um escritor que está construindo um espaço, mesmo já escrevendo livros há tanto tempo”, comenta Theo.

Em seu texto para os ouvidos do “Inventário”, DB Frattini aponta que “o poeta consegue imprimir delicadas folhas de manjericão em meio a nossa caminhada apocalíptica”, e em certa passagem diz: “Theo, seus poemas não são tristes, não são apenas lágrimas e sombras. Seu ‘Inventário’ já nasceu um clássico e celebra as perdas e ganhos de nossas trajetórias sempre erráticas e efêmeras. Theo, quem lê sua poesia não precisa temer a crença. O autor deixa o leitor pensar em Deus e sangrar com Ele.”

O autor

Theo G. Alves nasceu em 1980, em Natal, mas cresceu em Currais Novos e hoje mora em Santa Cruz. Coleciona alguns prêmios em concursos literários de prosa e poesia. Para adquirir o novo livro, entre em contato com Theo Alves pelas redes sociais (@theo.g.alves) ou pelo e-mail prof.theoalves@gmail.com.

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