Wagner Ribeiro, ex-técnico de Robinho, afirma que o ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira foi vítima de golpe no caso em que foi condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão por estupro de uma albanesa. Ele afirma que a jovem pediu dinheiro ao atleta para não revelar o caso à imprensa.
“Eu acredito no Robinho, ele não estuprou ninguém. Fui na casa dos galácticos do Real Madrid e estava chovendo mulher, o cara precisou estuprar uma mulher? Se ela fosse uma mulher decente, ela pediria 1 milhão de euros para ele quando algo acontecesse naquela boate?”, disse o empresário, em entrevista ao podcast Reis da Resenha, da Jovem Pan.
Segundo investigações da Justiça italiana, o jovem albanês estava inconsciente no momento do flagrante. Wagner Ribeiro afirmou na entrevista que ela “estava lá para isso” e o que complicou a situação da jogadora foram os áudios de Robinho conversando com o amigo Ricardo Falco, por telefone, interceptados pela investigação.
“Agora acontece que gravaram uma conversa entre homens depois que ele esteve no depoimento onde eles estão rindo da situação e acham que não foi consensual. Acham que houve estupro, mas é um absurdo essa condenação do Robinho”, comentou.
Durante a entrevista, Wagner Ribeiro afirmou que já conseguiu emprego para o jogador de 39 anos em três clubes diferentes, mas que o atleta não conseguiu assinar contrato por causa do escândalo. Ele também afirmou que a vítima “levou todos” e que o caso “acabou com a carreira de Robinho”.
O empresário revelou que Robinho foi o jogador que mais ganhou dinheiro em comissões. Nos negócios envolvendo Real Madrid e Manchester City, foram transacionados um total de mais de 85 milhões de euros (cerca de R$ 450 milhões pelo câmbio atual).
Robinho entregou seu passaporte ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 29 de março, cumprindo determinação do ministro e relator do caso, Francisco Falcão, que havia dado cinco dias para o atleta apresentar o documento. Anteriormente, o ministro rejeitou o pedido da defesa do jogador para que o governo italiano apresentasse cópia integral e traduzida do processo.
O Ministério Público Federal pediu a constrição do passaporte de Robinho sob a alegação de que o jogador já foi condenado por “crime grave praticado no exterior” e que sua “capacidade econômica e social favorecem eventual evasão da jurisdição brasileira”. A execução de sentença estrangeira está prevista na Constituição Federal e amparada na Lei de Imigração. O STJ deu andamento ao processo no final de fevereiro. Não há prazo estipulado para que o caso chegue a uma conclusão.
Vale lembrar que a defesa de Robinho não pode questionar o mérito da condenação proferida pela Justiça italiana, uma vez que o STJ apenas examina aspectos formais do caso para reconhecer ou não a homologação da sentença no Brasil.
Estadão Conteúdo