A estratégia de nacionalização da produção anunciada pela varejista Shein e pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (20) também inclui parcerias comerciais com produtores locais. A Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), do empresário Josué Gomes, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) será uma delas.
A empresa divulgou em comunicado ao mercado que assinou um memorando de entendimentos com a varejista chinesa.
Segundo fato relevante assinado pelo diretor de Relações com Investidores da Coteminas, João Batista da Cunha Bonfim, o documento prevê o “estabelecimento de uma parceria” para que “2.000 de seus clientes confeccionistas se tornem fornecedores da Shein”.
Esse fornecimento, segundo o comunicado, atenderá o mercado interno do Brasil e da América Latina. O memorando de entendimento também inclui disposições para “financiamento para capital de giro” e “contrato para exportação de produtos domésticos”.
Em carta divulgada pelo Ministério da Fazenda na quinta-feira, a Shein diz que fechará parcerias comerciais com 2.000 fabricantes brasileiros e espera gerar 100.000 novos empregos nos próximos três anos. A varejista promete investir R$ 750 milhões para aumentar a competitividade da indústria têxtil no Brasil.
Shein esteve no centro das discussões sobre a possibilidade de o governo federal acabar com a isenção de impostos na importação de produtos de até US$ 50 quando as remessas forem entre pessoas físicas.
Entidades, principalmente ligadas ao setor têxtil, cobram uma solução para o que consideram uma concorrência desleal com a indústria local. Segundo essas associações, o benefício da isenção teria sido usado de forma fraudulenta pelas empresas para evitar o pagamento de impostos sobre mercadorias que ingressam no Brasil.
JOANA CUNHA – FOLHAPRESS