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FIERN publica pesquisa sobre os impactos da crise na segurança pública para a indústria do Rio Grande do Norte

52% acreditam no retorno total à normalidade a partir da próxima semana — Foto: Divulgação

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), por meio do Observatório MAIS RN da Indústria, monitorou o impacto da crise na segurança pública do estado para a indústria potiguar. Uma pesquisa qualitativa realizada com 266 indústrias, representando mais de 30 segmentos nas quatro mesorregiões do estado, mostra os principais efeitos da crise para as empresas industriais do Rio Grande do Norte, como a perda estimada de até 40% do faturamento durante os dias mais críticos da crise.

O estudo contou com dois levantamentos — o primeiro realizado em 17 de março, no período mais crítico da crise, e o segundo realizado na terça-feira (28). A pesquisa destaca que 48% das indústrias entrevistadas já voltaram às suas rotinas antes da crise de segurança e 52% acreditam na volta total à normalidade a partir da próxima semana.

No auge da crise, o estudo constatou que entre os maiores problemas enfrentados estavam: a logística (distribuição e recebimento dos fornecedores); o estresse observado nos trabalhadores; e a falta de funcionários que não conseguiam chegar ao trabalho por falta de transporte público. Todos esses problemas impactaram diretamente na produção, já que 27% das indústrias entrevistadas tiveram que interromper os turnos de trabalho ou mesmo parar completamente a produção (21%) por pelo menos um dia.

A pesquisa realizada na terça-feira apresenta um cenário diferente. Dos onze problemas apontados pelas indústrias em 17 de março, apenas seis permanecem em observação. O desafio logístico (21%) e transporte público (23%) continua, mas ambos são menos intensos. A questão do transporte coletivo gera, consequentemente, redução de turnos (17%).

Queda de receita e perspectivas futuras

Outra dimensão que a pesquisa buscou captar foi a percepção da normalidade das atividades e potencial queda de receita a cada dia de crise enfrentado. As respostas relativas ao dia 17 de março mostraram que os entrevistados deram atenção especial à perda imediata de receita. No dia 28, com maior normalização da produção, o foco girou em torno das consequências e externalidades negativas no ambiente empresarial potiguar.

Os entrevistados estimaram de 17% a 40% de perda de receita, dependendo do porte da empresa (micro, média ou grande) e ramo de atividade (principal CNAE). Considerando os dados do Boletim Fiscal da Secretaria da Fazenda (SET), que indicam, em média, um faturamento diário da indústria potiguar de R$ 63,1 milhões (Valor Médio Diário das Operações/NF-e) no mês de março , e Segundo estimativas dos entrevistados, é possível que, nos piores dias da crise de segurança, as perdas tenham ficado entre R$ 10,7 milhões e R$ 25 milhões por dia. No entanto, a efetiva confirmação dos prejuízos só ocorrerá com o fechamento dos caixas das empresas até 15 de abril de 2023 e a publicação oficial da SET.

Quanto ao ambiente de negócios potiguar, constatou-se que, diante da retomada dos níveis mais elevados de produção, a preocupação passou a ser: o aumento da inadimplência de clientes do setor de comércio e serviços que sofreram impactos econômicos e não têm condições de cumprir obrigações presentes e futuras; possível redução da produção, tendo em vista o aumento substancial dos estoques gerado pela queda nas vendas na primeira semana da crise; aumento dos preços de logística e distribuição, com impacto direto nos preços dos produtos; a publicação do Decreto Estadual nº 32.542, de 24 de março de 2023, que altera a alíquota do ICMS de 18% para 20%, o que representa, diante de tudo o que aconteceu, mais um elemento de perda de competitividade para as indústrias potiguares.

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