O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino – Foto: Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou hoje (15) que o governo enviará quantos integrantes da Força Nacional forem necessários para controlar a situação no Rio Grande do Norte, após uma série de ataques criminosos a prédios públicos, empresas e veículos. no Estado. “Já tivemos a transferência de alguns líderes de facções. Mas se continuar esse clima de conflagração, vamos aumentar o quadro de funcionários, que pode chegar a trezentos, quatrocentos, quinhentos, conforme a necessidade”, declarou Dino, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, pouco depois o relançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).
Nos últimos dias, o Rio Grande do Norte tem sido alvo de violentos ataques orquestrados por uma organização criminosa que supostamente protesta contra as condições dos presos nas penitenciárias. De acordo com o ministro, 220 policiais da Força Nacional e da Força Penitenciária foram imediatamente destacados para conter os ataques e reforçar a segurança no estado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que o preso acusado de liderar a facção criminosa responsável pelos ataques foi transferido da penitenciária de Alcaçuz para um presídio federal. “Tomamos ações para descapitalizar essas facções. Você deve ter acompanhado uma grande operação realizada pela Polícia Federal que visava justamente descapitalizar essas facções, porque é assim que vamos derrotá-las, retirando recursos”, diz Dino.
recadastramento de armas
Sobre o decreto de armas, Dino afirmou que 60% dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) concluíram o cadastro. Ele estima que esse número suba para 80%. “Não vamos chegar a 100% porque tem fraudador, tem bandido, tem quem desviou de arma, tem quem contrabandeou arma, tem quem vendeu arma para facção criminosa”. Por outro lado, os 20% não recadastrados, lembrou Dino, serão automaticamente considerados armas ilegais. “Existe uma falsa ideia de que o recadastramento é para confiscar a arma, pelo contrário. Aliás, quem não recadastrar estará sujeito a apreensão”, explicou.
Entre as medidas previstas no decreto está o recadastramento de todas as armas do CAC em um único banco de dados da Polícia Federal (PF), o Sistema Nacional de Armamento (Sinarm). Antes, as armas estavam apenas em um sistema do Exército. O Ministério da Justiça estipulou prazo para recadastramento de 60 dias, com início em 1º de fevereiro e término em abril.
Flavio Dino lembrou ainda que o Supremo Tribunal Federal confirmou recentemente a legalidade da norma e negou a possibilidade de mudança de tabela sobre o tema. “A decisão do STF é obrigatória. [Por isso] não é possível alterar a tabela de nenhuma forma, nos termos da lei, porque o STF já homologou o decreto e, obviamente, com isso o decreto tem que ser cumprido”.
Um balde
Sobre a denúncia revelada pelo jornal O Globo, de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usou durante os três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL) um sistema secreto para monitorar até 10 mil proprietários de celulares a cada doze meses, o O ministro Flávio Dino confirmou que mandou a Polícia Federal abrir inquérito para apurar o uso indevido de equipamentos de vigilância. O ministério vai investigar possível espionagem ou uso indevido de equipamentos da Abin.
Na última terça-feira (14), a Abin publicou nota confirmando que o órgão utilizou um software para monitorar a localização de qualquer pessoa por número de celular, entre 2018 e 2021, e que o uso do programa terminou em maio. a partir de 2021.