Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Feira Nacional da Reforma Agrária expõe a estreita relação entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o movimento. Os ministros e o vice-presidente Geraldo Alckmin viraram as estrelas do evento, que começou nesta sexta-feira, 12, no Parque da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Desde o início deste ano, o grupo intensificou as invasões de terras para pressionar o governo federal e levou a uma série de constrangimentos ao governo petista.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tornou-se o garoto-propaganda de uma marca de fubá. “Tenho orgulho de ter participado da campanha publicitária desses produtos”, disse ele, que não compareceu ao evento, mas, em uma rede social, elogiou os produtos feitos pelos sem-terra.
Geraldo Alckmin chegou à feira por volta do meio-dia. Bem recebido pelo público, o vice-presidente tirou fotos com apoiadores e caminhou no meio da multidão. Um dos dois apoiadores entoou um grito que foi muito usado nas campanhas do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Alckmin, guerreiro do povo brasileiro.” O cântico, porém, não foi acompanhado pelos demais apoiadores, e o vice-presidente continuou sua visita.
Também presente no evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, disse que o ministério tem um plano emergencial para voltar com os assentamentos a partir do mês de maio. “Haverá novos assentamentos em áreas que o Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) já possui”, disse ele durante a Feira da Reforma Agrária, em São Paulo.
O ministro disse que haverá crédito para a instalação desses assentamentos, além de assistência técnica para o início da produção nos locais. Ele também afirmou que as ações do Abril Vermelho, em que o MST organizou ocupações, foram totalmente superadas pelo governo. “Pedimos aos grupos que se retirassem das terras da Embrapa e Suzano e eles se retiraram”, disse. O governo chegou a abrir uma mesa de negociação entre o movimento e a Suzano, segundo Teixeira.