Heloisa Buarque de Hollanda é eleita imortal pela Academia Brasileira de Letras

A votação ocorreu, pela primeira vez, por meio de urnas eletrônicas – Foto: Divulgação
A escritora e crítica literária Heloisa Buarque de Hollanda foi escolhida nesta quinta-feira para ocupar a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Letras. Uma das principais formuladoras e compiladoras do pensamento feminista brasileiro, a autora torna-se a décima mulher imortal da Academia Brasileira de Letras da história.
A votação ocorreu, pela primeira vez, por meio de urnas eletrônicas, que foram emprestadas à Academia pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Até então, as eleições ocorriam por carta, presencialmente por meio de cédulas ou por votação virtual.
A vaga surgiu após o falecimento da escritora Nélida Piñon, no passado mês de dezembro, aos 85 anos, vencedora de prémios como o Príncipe das Astúrias e um dos grandes nomes da literatura nacional.
A perda foi sentida profundamente entre os académicos, pois Nélida já tinha presidido a Casa de Machado e ainda era uma participante muito ativa nos bastidores.
A Cadeira 30 é apadrinhada pelo jornalista e romancista Pardal Mallet e foi fundada por Pedro Rabelo, contista, poeta e jornalista. Além de Rabelo e Piñon, já ocuparam o cargo Heráclito Graça, Antônio Austregésilo e Aurélio Buarque de Holanda – parente do primeiro marido de Heloisa.
Além de vários livros sobre o pensamento feminista, Buarque de Hollanda alcançou o estrelato literário como autora da coletânea “26 Poetas Hoje”, na década de 1970, que ajudou a trazer para o primeiro plano alguns dos principais autores de sua geração, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal.
Buarque de Hollanda competiu com Oscar Araripe, Denilson Marques da Silva, José Gildo Pereira Borges, José Milton Monteiro Araújo da Silva e Marcelo Pereira da Silva e Pádua.
WALTER PORTO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)