Campanhas de esclarecimento e conscientização sobre doação de órgãos têm permitido bons resultados – Foto: Agência Brasil
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, qualquer pessoa pode ser doadora. Para isso, basta apresentar quadro de boa saúde atestado por médico.
A doação de órgãos também segue alguns limites de idade, como 75 anos para os rins; 70 anos para fígado; 69 anos por sangue; 65 anos para pele, ossos e válvulas cardíacas; 55 anos para pulmão, coração e medula óssea; e 50 anos para o pâncreas. Não há limite para doação de córneas.
“Desde que não cause prejuízo a si mesmo, qualquer pessoa legalmente capaz é autorizada por lei a dispor de tecidos, órgãos e partes de seu próprio corpo para fins terapêuticos ou transplantes, em benefício de seu cônjuge e parentes consanguíneos até o quarto grau. . Para não parentes, é necessária a obtenção de autorização judicial, dispensada nos casos de doação de medula óssea.”
Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), as campanhas de esclarecimento e conscientização sobre a doação de órgãos têm permitido bons resultados, aumentando o número de doadores e reduzindo os casos de recusa por parte das famílias. O estado de Santa Catarina, segundo a entidade, é um bom exemplo, pois apresentou apenas 28% de recusas no ano de 2022, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes.
Desde 2016, o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina, realiza transplantes de fígado e córnea. Atualmente, cinco pacientes estão em lista de espera e cerca de 40 estão em acompanhamento no ambulatório para transplante de fígado. Quanto aos transplantes de córnea, há 32 pacientes em lista de espera.
Em Curitiba, o Complexo do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná realizou o primeiro transplante de medula óssea da América Latina em 1979 e hoje é referência mundial na área. Foi também o primeiro hospital do estado a realizar transplante de fígado entre vivos, denominado transplante intervivo, em 1991, e o segundo no Brasil a realizar transplante duplo intervivo de fígado e rim no mesmo ano, além de realizar transplantes de córnea.
Na região Sudeste, o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo, é referência em captação e transplante de córneas. A unidade conta com ambulatório e banco de olhos em meio a uma fila de espera em todo o estado que chega a 800 pacientes. Entre 1998 e 2022, foram realizados 2.004 transplantes de córnea no hospital.
No Centro-Oeste, o Hospital Universitário de Brasília, da Universidade de Brasília, realiza transplantes de córnea e rim e, em 2022, registrou o maior número de transplantes renais do Distrito Federal (DF). Dos 101 transplantes renais realizados no DF no último ano, 32 foram realizados no Hospital Universitário.
Na Região Norte, o único hospital que realiza transplante de córnea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) fica no Pará: o Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará, formado pelo Hospital Universitário João de Barros Barreto e pelo Hospital Universitário Bettina. Ferro de Souza. Entre 2011 e 2023, foram registrados 717 procedimentos.
Por fim, no Nordeste, o Hospital Universitário Walter Cantídio, integrante do Complexo Hospitalar UFC/Ebserh, é referência na região para transplante de fígado pelo SUS. A equipe multidisciplinar é a segunda que mais realiza transplantes de fígado no país. Desde 2002, quando foi realizado o primeiro procedimento, até março de 2023, há registros de 1.398 transplantes realizados.