Emocionado, ele disse que tem 20 dias para apresentar sua defesa — Foto: Divulgação
O tiktoker Agenor Tupinambá, conhecido por mostrar a rotina com uma capivara, foi multado em mais de R$ 17 mil pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e terá que entregar dois animais silvestres ao instituto.
O influenciador contou que procurou o Ibama após notificação de sua faculdade e foi informado das multas contra ele, que somam mais de R$ 17 mil. Ele mora na cidade de Autazes e estuda agronomia em Manaus.
O tiktoker também diz que foi informado das acusações de suspeita de abuso, maus-tratos e exploração contra animais, além da acusação de matar um animal – o que ele nega.
O jovem disse que foi até notificado para deletar todos os vídeos com animais silvestres das redes sociais em um dia. Na noite desta terça-feira (18), os vídeos com animais silvestres não estavam mais disponíveis nas contas da influenciadora.
O tiktoker também informou que tem seis dias para entregar a capivara Filó (que apareceu em vários vídeos) e um papagaio às autoridades.
Emocionado, ele disse que tem 20 dias para apresentar sua defesa.
Vários internautas apoiaram o jovem e se disseram contra as punições do órgão.
Em ofício, o deputado federal Felipe Becari (União-SP) pediu com urgência uma audiência com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, para evitar a entrega da capivara Filó.
“Também fui notificado para retirar os vídeos que tanto expressam meu amor e entregar Filó a um centro de tratamento animal, sob a acusação de retirá-la de seu habitat natural. Se alguém vive no habitat natural de outra pessoa, sou eu, não os animais. Abro a janela e lá está o rio, a floresta e os bichos. Estou passando por este lugar. E escolhi ser guardião e não bandido”, declarou Agenor em nota.
IBAMA DIZ QUE ‘ANIMAL SILVESTRE NÃO É PET’
No relatório, o Ibama disse que os animais silvestres não são domésticos, como cães e gatos, e que capivaras e preguiças, como mostrou Agenor nas redes, não podem ser criados ou mantidos em casa, conforme a legislação brasileira.
O influenciador é punido por “práticas relacionadas à exploração indevida de animais silvestres para geração de conteúdo em redes sociais” e as multas aplicadas totalizam R$ 17.030.
O caso chegou ao conhecimento do órgão após a morte de uma preguiça que Agenor criava em sua propriedade. O tiktoker afirma que fez de tudo para salvar o animal.
O Ibama encontrou um papagaio e uma capivara na residência do menino e, segundo o órgão, ele não tinha autorização legal para manter os animais em sua posse.
Além das multas, ele recebeu duas notificações para deletar o conteúdo alusivo à criação de animais silvestres em ambiente doméstico e a entrega do papagaio e da capivara Filó a um posto do Ibama em Manaus.
“É importante ressaltar que além de ser crime manter ilegalmente animais silvestres, a exposição de espécimes silvestres como animais de estimação nas redes sociais, estimula a busca por esses animais, esquentando o tráfico de espécies da fauna brasileira. Por mais que se acredite estar ajudando um animal silvestre, dando comida e abrigo, é importante entender que essa atitude pode prejudicá-lo, pois reduz sua capacidade de sobrevivência na natureza. Animais silvestres também podem transmitir doenças graves ao homem”, disse o Ibama em nota ao relatório.
O órgão também indica que as pessoas que encontrarem um animal silvestre ferido devem entrar em contato com o órgão público competente.
“A legislação brasileira não permite a regularização de animal adquirido ou mantido sem autorização dos órgãos ambientais. Quem tiver um animal silvestre em situação irregular pode entregá-lo voluntariamente ao órgão ambiental competente para evitar as penalidades previstas na legislação.”
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)