Chapada dos Veadeiros no Alto do Paraíso, Goiás – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou um balanço das operações lançadas em todas as regiões do país, com o objetivo de combater crimes ambientais cometidos em unidades de conservação. Entre os ilícitos visados pelas operações estão desmatamentos e ocupações irregulares, além de caça e pesca ilegal.
O balanço foi divulgado no início da noite desta quinta-feira, 13.
Parque Nacional Grande Sertão Veredas
Uma das ações lançadas pelo instituto foi entre os dias 17 e 26 de março no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia. A operação teve como foco o combate à caça de animais e à criação ilegal de gado dentro dos limites do parque.
Segundo o ICMBio, foram apreendidas armas de fogo e munições sem registro. Contra os suspeitos foram lavrados autos de infração – alguns portando animais abatidos e congelados, prontos para consumo. “Dois suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil da cidade mineira de Buritis durante uma das etapas da fiscalização”, informou o instituto.
Na zona norte do parque, dois suspeitos foram presos e levados para a delegacia da Polícia Civil na cidade de Santa Maria da Vitória, na Bahia. “Além disso, houve uma multa por desmatamento, construção irregular e introdução de espécies no meio ambiente”, acrescentou.
Planalto dos Veadeiros
No Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, o ICMBio flagrou construções irregulares em ocupação, criação de búfalos e outros animais e extração irregular de palha do Indaiá. “Aparelhos de pesca” também foram encontrados nos limites do parque.
Os fiscais apreenderam e destruíram o material no local. Além disso, foram “descontinuadas as ocupações no interior do parque, tendo sido aplicados autos de infração, ordens de demolição, embargos e apreensões”, informou o instituto.
“Todos os registros são incompatíveis com a finalidade da unidade, que está na categoria de proteção integral”, acrescentou o ICMBio.
Chapada das Mesas
Três pessoas foram presas por transportar e vender madeira ilegalmente no Parque Nacional da Chapada das Mesas, localizado no Maranhão.
Os agentes que participaram da Operação Chapada Limpa VII lavraram autos e lavraram duas notificações “para retirar uma construção não autorizada na margem do rio que margeia o parque”. Segundo o ICMBio, infrações ambientais cometidas no parque podem resultar em multas que, somadas, ultrapassam R$ 200 mil.
“O objetivo da operação foi combater a extração e comércio de madeira extraída ilegalmente, ocupações irregulares e pesca ilegal dentro da unidade de conservação”, acrescentou.
Tumucumaque e Floresta Nacional
Dois autos de infração foram lavrados por fiscais do ICMBio no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Floresta Nacional do Amapá, entre os dias 3 e 6 de abril. Todos foram punidos por portar objetos usados para caça ilegal.
A Operação Semana Santa foi lançada com o objetivo de combater a caça e pesca ilegal nas duas unidades – delitos que, segundo o instituto, aumentam nos períodos próximos à Semana Santa, quando aumenta o consumo de pescado.
O material apreendido na operação, que contou com o apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, foi encaminhado à Polícia Federal.
Reserva Biológica do Abufari
De 15 de março a 10 de abril, a Operação Migração III, realizada na Reserva Biológica de Abufari, no Amazonas, vistoriou o interior da unidade de conservação e também as embarcações que trafegam pelo rio Purus.
Na área de terra foram lavrados dois autos de infração e um termo de apreensão, tendo sido apreendidos nas embarcações mais de 6 quilos de pescado. Foram aplicados mais de R$ 275 mil em multas e os peixes foram doados para duas instituições sem fins lucrativos do município de Tapauá.
Os fiscais também fiscalizaram “áreas com potencial de desmatamento”, com base em dados obtidos por satélite. Além disso, promoveram, junto à população local, uma atividade de conscientização sobre a pesca irregular.
tanque de peixes
No Parque Nacional da Lagoa do Peixe, as ações implementadas pelo ICMBio foram a vigilância diária de “pontos onde param as aves de vida livre”, a fim de identificar possíveis casos de gripe aviária.
“Desta forma, é possível avaliar a saúde das aves que visitam a região e adotar medidas, se necessário”, justificou o instituto, informando que o parque segue “todas as normas recomendadas” desde os primeiros alertas sobre o risco de gripe aviária entrando na região.
O ICMBio informa que, fora da época de migração das aves, a fiscalização era realizada mensalmente. Durante o período de presença das aves, a vigilância é semanal.
“No entanto, a vigilância tem sido feita diariamente, com equipe em campo, para identificar possíveis focos desde o início. Até o momento, nenhum caso de gripe aviária foi registrado no parque”, acrescentou.