Em decisão judicial assinada na madrugada deste domingo, 30, o juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante concedeu a guarda provisória da capivara conhecida nas redes sociais como Filó ao influenciador Agenor Tupinambá. O animal silvestre foi entregue na manhã deste domingo, 30, ao influenciador, conforme publicado pela deputada estadual pelo Amazonas Joana Darc (União Brasil), que vem auxiliando Judicialmente Tupinambá no caso.
“Concedo a tutela provisória de urgência para que, até o desfecho, seja concedida a guarda provisória da capivara Filó ao Agenor Bruce Tupinambá. Em consequência, determino que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) seja compelido a entregar o animal ao autor, de imediato”, diz a decisão judicial assinada digitalmente pelo desembargador federal Márcio André Lopes Cavalcante às 13h04. este domingo, publicado nas redes sociais da Joana.
O influenciador poderá levar a capivara ao seu habitat natural, desde que comprove que o transporte será feito por meio seguro. “Enquanto o transporte de Filó não for efetivo, ele deverá permanecer no Zoológico do Hotel Tropical, haja vista que o autor informa que já obteve a anuência do biólogo Ricardo dos Santos Amaral”, consta na decisão.
Procurado, o Ibama ainda não se pronunciou sobre a decisão até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto para manifestação.
Tupinambá, que ficou conhecido por mostrar sua rotina com o animal silvestre, entregou a capivara ao Ibama nesta quinta-feira, 27, na cidade de Manaus (AM), após nove dias de disputa para mantê-la.
No dia 18 de abril, o jovem de 23 anos foi denunciado por suspeita de maus-tratos, maus-tratos e exploração animal e multado em cerca de R$ 17 mil, além de ter sido notificado para retirar conteúdo com a capivara da web. Ele dividia seu cotidiano com Filó em uma fazenda em Autazes, no interior da Amazônia.
Até então, em outra decisão judicial publicada na tarde deste sábado, 29, havia apenas autorização para membros da Comissão de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) acompanharem os trabalhos na Triagem de Animais Silvestres Centro (Cetas ), para onde a capivara havia sido levada.
“Concedo liminar para autorizar a Comissão de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), na pessoa de sua presidente, deputada Joana Darc, acompanhada de assessores parlamentares e médicos veterinários, a ingressar no Ibama, mais especificamente Cetas, para que possam vistoriar as instalações e fazer avaliação clínica e física do Filó capivara, devendo ser disponibilizado acesso total ao animal, sem nenhum constrangimento”, constava em decisão anterior da Justiça, também de autoria federal desembargador Márcio André Lopes Cavalcante, publicado nas redes sociais da deputada Joana Darc.
À época, no final da noite de sábado, o Ibama afirmou que não havia decisão judicial determinando a devolução da capivara a Tupinambá, embora a informação estivesse circulando nas redes sociais. A agência mencionou que o animal silvestre estava sob cuidados no Cetas de Manaus.
Segundo o deputado, a nova decisão, divulgada na madrugada deste domingo, foi tomada após a visita ao local onde estava a capivara. Nas redes sociais, ainda no sábado, o deputado disse que durante a fiscalização foram encontrados medicamentos e vacinas vencidos, além de um “ambiente insalubre”.
O Ibama refutou as acusações. “A delegada Joana Darc foi ao local, observou o animal e espalhou a falsa informação de que havia vacinas vencidas. O protocolo clínico veterinário determina que animais silvestres não sejam imunizados. O objetivo do Ibama após a avaliação técnica é devolver a capivara à natureza, garantindo seu bem-estar e o cumprimento da lei”, disse ela em nota no sábado.
Segundo o Ibama, os Cetas funcionam como unidades de tratamento e reabilitação de animais vítimas de tráfico ou resgatados. Desde janeiro deste ano, após a reabilitação, 5.600 animais no país foram devolvidos à natureza. O trabalho desses centros é fundamental para a proteção da fauna brasileira e manutenção do equilíbrio ambiental, disse o órgão federal.