Johnny Depp diz em Cannes que não se sente boicotado por não se importar com Hollywood
Johnny Depp, que ganhou fama e fortuna em filmes de sucesso comercial como “Piratas do Caribe”, disse em Cannes na quarta-feira que não se importa mais com Hollywood.
Cara do filme de abertura do festival francês, “Jeanne du Barry”, Depp falou à imprensa ao lado do restante do elenco e, ao ser questionado sobre sua volta ao cinema após a batalha judicial travada contra a ex-mulher, Amber Heard , afirmou que o evento é um circo da mídia do qual sua vida pessoal não poderia escapar.
“Eu me sinto boicotado por Hollywood? Bem, você teria que não ter pulso para pensar que nada aconteceu. Claro, quando você é convidado a se demitir de um filme por causa de fofocas, sim, parece um boicote. Se eu sinto isso agora? Não. Não me sinto boicotado por Hollywood porque não penso em Hollywood. Não sinto mais necessidade de Hollywood”, disse ele sobre sua saída da saga “Animais Fantásticos”, em meio a acusações de violência doméstica.
Sobre a cobertura da mídia sobre seu divórcio de Heard, que ela perdeu no tribunal, ela disse que a maior parte do que leu nos últimos anos foi ficção muito bem escrita. Ele também comparou a experiência de ouvir que algumas pessoas não o queriam no Festival de Cinema de Cannes com a proibição de ir ao McDonald’s para sempre.
“E se me banirem porque, algures, 39 pessoas furiosas vão ver-me comer um Big Mac?”, questionou-se, entre frases vacilantes e longas pausas.
Integrante do júri de longas competitivos, a atriz norte-americana Brie Larson, bastante vocal sobre o movimento MeToo, disse nesta terça-feira não saber o que sentir com a presença de Depp e “Jeanne du Barry” na programação.
Maïwenn, diretora e co-estrela do longa, tem uma história polêmica com o movimento que desvendou diversos casos de abuso sexual na indústria cinematográfica.
Ela disse no passado que acredita que a onda de acusações foi desencadeada por mulheres que odeiam homens. Mais recentemente, ela cuspiu em um jornalista francês que investigava acusações de assédio contra seu ex-marido, o diretor Luc Besson.
Maïwenn, quando questionada sobre as polêmicas em torno de seu filme, disse aos jornalistas que não lê a imprensa, não assiste TV ou ouve rádio para se proteger e, portanto, não importa o que eles têm a dizer.
LEONARDO SANCHEZ – FOLHAPRESS