RN 24 Horas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu pela primeira vez nesta terça-feira, 19, com o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, após o general publicar um texto no Twitter em que pressionava o STF (Supremo Tribunal Federal) na véspera do julgamento de um habeas corpus do petista, em 2018.

Os dois ficaram na primeira fila do palco montado em frente ao Quartel General, em Brasília, para a comemoração do Dia do Exército. Villas Bôas estava sentado na ponta esquerda do palco e Lula, no centro. Os dois não interagiram.

O ex-comandante tem ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), uma doença neuromotora degenerativa. Pessoas próximas afirmam que, apesar da situação, o general permanece consciente e se comunica piscando o olho.

Afastado do Exército desde o final de 2018, Villas Bôas não falta aos eventos da Força, apesar da doença. Nas cerimônias, costuma ser cumprimentado e tira fotos com os militares.

“Nessa situação que o Brasil vive, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das futuras gerações e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, questionou o então comandante do Exército, em 2018, no famoso tuíte às vésperas do julgamento de Lula.

“Garanto à Nação que o Exército Brasileiro acredita compartilhar do desejo de todos os cidadãos de bem de repudiar a impunidade e respeitar a Constituição, a paz social e a Democracia, além de manter-se atento às suas missões institucionais”, acrescentou.

O tom incendiário da publicação, que repudiava a “impunidade” em referência a Lula, foi o principal movimento público do Exército contra o PT.

A presença de Villas Bôas no evento desta terça, ao lado de Lula, foi descrita por generais à Folha como um sinal de que o tweet não era uma ameaça. Na tentativa de amenizar as críticas, dois deles disseram que a postagem do general era apenas uma expressão da indignação da população.

CÉZAR FEITOZA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)