Lula recusa convite de Putin para participar de fórum econômico

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e reforçou a posição do Brasil para as negociações de um acordo de paz entre russos e ucranianos. Lula recusou o convite de Putin para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, evento que acontece na cidade russa desde 1997. A edição de 2023 será entre os dias 14 e 17 de julho.
Desde o início de seu mandato, Lula articula com diversos países o apoio ao fim do conflito na Ucrânia.
“Agradeci o convite para participar do Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo e respondi que não posso ir à Rússia no momento, mas reitero a disposição do Brasil, juntamente com Índia, Indonésia e China, de conversar com os dois lados da conflito em busca da paz”, escreveu o presidente em publicação nas redes sociais.
Acabei de falar por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci o convite para participar do Fórum Econômico Internacional em São Petersburgo, respondi que não poderia ir à Rússia no momento, mas reiterei a disposição do Brasil, juntamente com Índia, Indonésia e…
— Lula (@LulaOficial) 26 de maio de 2023
No último fim de semana, Lula esteve no Japão para participar da Cúpula do G7, grupo formado por sete dos países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido). O brasileiro teve uma série de encontros bilaterais, e o conflito entre russos e ucranianos esteve na mesa de discussão.
Nesta semana, Lula também conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, sobre a situação da guerra na Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também esteve no Japão e participou de uma das sessões de debate do G7 sobre paz e prosperidade. Houve uma tentativa de encontro bilateral entre Lula e Zelensky, mas não foi possível devido às dificuldades de conciliação das agendas dos dois líderes.
No G7, Lula manteve sua posição sobre a guerra na Ucrânia, condenando a invasão territorial da Rússia no país. Segundo o presidente brasileiro, apesar dos esforços, neste momento, não há interesse das partes em falar em paz.
Para Lula, para que a negociação ocorra, os dois lados terão que ceder em alguma medida. “Celso Amorim [assessor internacional da Presidência] foi lá na Rússia e depois na Ucrânia. E Amorim disse que, por enquanto, não querem falar de paz. Se um tem proposta é entrega do outro, se o outro tem proposta é entrega do primeiro. E ninguém vai se render. Negociação não é cedência e vai chegar um momento que eles vão querer negociação”, disse em entrevista coletiva no Japão.