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Mães solteiras têm mais dificuldade de entrar no mercado de trabalho

O número de mães solteiras, aquelas que cuidam sozinhas dos filhos, aumentou 17,8% na última década, passando de 9,6 milhões em 2012 para 11,3 milhões em 2022. Essa situação cria ainda mais dificuldades para essas mulheres entrarem no mercado de trabalho . Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo aponta que a maioria dessas mães, pouco mais de 70% vivem apenas com os filhos, são mulheres negras, um número de quase 7 milhões, e estão no Norte e Nordeste do país.

Janaína Feijó, responsável pelo estudo, resume a dificuldade enfrentada por essas mães.

“Essa mãe praticamente não tem com quem contar, não tem rede de apoio e também não tem o cônjuge, o que faz com que o fardo da maternidade recaia muito mais sobre a mãe nessas condições”.

Janaína aponta ainda que esses números refletem a menor escolaridade dessas mulheres e a dificuldade de se equiparar aos homens no mercado de trabalho. A situação é ainda mais crítica para as mulheres negras, com mais da metade delas, 58,7%, tendo no máximo o ensino fundamental completo e apenas 8,9% com ensino superior.

“As ocupações que mais pagam exigem maior escolaridade e também que o empregado trabalhe mais horas. Neste caso, no contexto de mãe solteira, ela não terá o nível educacional exigido pelas boas oportunidades, pois também terá dificuldade em conciliar a jornada de trabalho. Muitas dessas mulheres encontram na informalidade a única forma de conciliar maternidade e responsabilidade familiar”, disse Janaína.

Karlielly Alves é mãe solteira. Para ela, a parte financeira é a mais difícil.

“Principalmente quando não amamentamos nossos filhos e eles dependem da fórmula. Você pensa, meu Deus, como vai ser esta semana, porque o leite em pó geralmente dura uma semana. Então cada semana é uma despesa diferente”.

O estudo também aponta a relação entre idade e presença no mercado de trabalho. De todas as mães solteiras entre 15 e 60 anos, 29,4% estão fora da força de trabalho, 7,2% estão desempregadas e 63,3% estão empregadas. No caso das mulheres com filhos até 5 anos, essa situação se agrava: as chances de ficarem fora da força aumentam para 32,4% e de desempregadas para 10%.

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