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Marina Silva denuncia o desmonte das fiscalizações ambientais

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, disse nesta segunda-feira (17) que constatou um desmonte da fiscalização ambiental no país.

Segundo o ministro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) conta atualmente com 700 servidores para fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental em todo o país. Ao participar de seminário sobre os direitos dos povos indígenas, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marina contou que, em 2008, quando chefiava a pasta, deixou o Ibama com 1.700 fiscais. Este ano, ao retornar ao comando da pasta, ela encontrou apenas 700 servidores.

“[No] Governo Bolsonaro, quando dizemos terra arrasada, [que] houve um desmonte, realmente é um desmonte. É com esses fiscais que estamos trabalhando. Ainda bem que já conseguimos licitação para Ibama, ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] e o ministério”, disse ele.

Segundo o ministro, nos primeiros três meses de governo foi possível aumentar em 133% o número de apreensões e em 219% o número de multas ambientais. Os dados foram comparados aos registrados no mesmo período do governo anterior.

“Isso significa Estado Democrático de Direito. Leis de utilidade pública do Estado”, disse Marina Silva.

Na palestra, o ministro também falou sobre o trabalho de retirada de garimpeiros das terras indígenas. Marina informou que as equipes que estavam em aviões e balsas foram atacadas a tiros. “É muito difícil, porque é uma mistura de tráfico de armas e drogas”, acrescentou.

Funai
A presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Joenia Wapichana, também participou do seminário e defendeu a ampliação da participação dos povos indígenas na sociedade. Para Joenia, os povos indígenas devem ter o direito de participar do processo decisório para que suas ideias sejam ouvidas.

“Hoje vemos no Executivo nossa participação na Funai e no Ministério dos Povos Indígenas. Isso também nos dá o próximo passo, que seria aqui no Judiciário, a presença indígena, que é o próximo desafio, ter um ministro no Supremo Tribunal Federal (STF). Quem sabe?” ela disse.

Joênia afirmou que a Funai tem interesse em dar andamento aos processos de demarcação de terras, mas destacou que tem esbarrado em decisões judiciais que aumentam os conflitos no campo.

“Muitas ações estão paralisando esses processos, com a absurda tese do prazo, que é colocada na mesa como se houvesse um precedente que é a posse tradicional das terras indígenas. Nossa própria Constituição é mais clara sobre as terras ocupadas pelos povos indígenas: são imprescritíveis e inalienáveis”. ele completou.

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