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MEC quer R$ 4 bilhões para aumentar a educação integral

O Ministério da Educação (MEC) está negociando com a Casa Civil a obtenção de recursos para um programa de incentivo à jornada integral em escolas públicas em toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio). A intenção é que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereça R$ 2 bilhões neste ano e outros R$ 2 bilhões em 2024 para a ampliação do atendimento infantil nas redes estaduais e municipais. De acordo com a apresentação do MEC, que o Estadão teve acesso, a carteira pretende aumentar em 3,2 milhões o número de matrículas nesse modelo.

Atualmente, menos de 20% dos alunos do país (cerca de 6 milhões) estudam em período integral, com prevalência no ensino médio. Pesquisas mostram que o modelo reduz a evasão e a repetência, ao mesmo tempo em que aumenta a empregabilidade e o vínculo de professores e alunos com a escola. Há resultados que indicam, inclusive, redução dos homicídios entre homens jovens.

A meta do ministro da Educação, Camilo Santana, era anunciar o programa nos primeiros 100 dias de governo Lula, encerrados em 10 de abril. Na semana passada, a pasta começou a apresentar o programa “Educação o tempo todo” para estaduais e secretarias municipais, mas ainda aguarda a aprovação dos recursos pela Casa Civil. O documento do MEC diz que “todas as etapas” e “todas as redes de ensino” poderão receber auxílio financeiro para abertura de vagas em período integral.

Nesta terça-feira, 2, Camilo esteve no Senado e mencionou a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que diz que o Brasil precisaria ter pelo menos 50% das escolas em tempo integral e pelo menos 25% dos alunos nesse modelo . “Essa é outra realidade que vamos enfrentar”, disse.

Pelo modelo que será divulgado, estados e municípios precisam indicar o número de vagas que pretendem criar e o governo federal vai ajudar a custear a expansão. No início da implantação, o valor por aluno em tempo integral é 60% a 100% superior ao da escola regular, apontam estudos. Mas aí, dizem os especialistas, há ganhos de eficiência nas redes, com melhor alocação de professores, redução de evasão e repetência, entre outros, o que reduz o impacto no orçamento

Ainda assim, a preocupação de secretários ouvidos pelo Estadão é saber por quanto tempo o MEC poderá ajudar financeiramente as redes a manter os alunos em tempo integral. Nos 13 anos das gestões anteriores do PT, houve o programa Mais Educação, com ensino em tempo integral, mas que perdeu recursos no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT). Em 2017, durante o governo de Michel Temer, iniciou-se um projeto de fomento ao modelo para garantir recursos federais para escolas de tempo integral por dez anos. Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), porém, não houve incentivo para a abertura de novas vagas e os recursos foram repassados ​​apenas para as que já existiam.

A infraestrutura

A apresentação feita aos secretários também fala sobre a melhoria da infraestrutura escolar, capacitação de professores e reorientação dos currículos para o ensino em tempo integral. Afirma que é preciso “criar e sustentar projetos comunitários” e “financiar projetos inovadores nas escolas”. Especialistas defendem que apenas aumentar o tempo de permanência na escola, sem um projeto inovador de educação integral, não é suficiente para melhorar a qualidade da educação.

De acordo com Estadão apurou, uma das metas do MEC é apoiar estados e municípios que estão mais distantes da meta de 25% de matrículas em tempo integral, como os da Região Norte. Atualmente, mais de 80% dos cerca de 40 milhões de alunos do país estão em escolas com carga horária aproximada de 4 horas. Nos países desenvolvidos, os alunos passam até 10 horas na escola, incluindo atividades extracurriculares.

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