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Ministério Público diz que sites de apostas são vítimas;  segmento pede regulamentação

Na visão do Ministério Público de Goiás, plataformas de apostas são vítimas do esquema — Foto: Douglas Lemos/Agora RN

Quem paga a conta de manipulação de partidas trazida à tona pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), na operação Pena Máxima? Em primeiro lugar, a plataforma na qual as apostas são feitas. Com apostadores querendo ganhar dinheiro em eventos combinados com jogadores, o lucro é extraído de quem atua como meio de circulação de dinheiro. É o famoso break the bank. Dois sites de apostas foram citados na investigação em andamento: Betano e Bet365. Para os investigadores, eles entram na história como vítimas.

Não há estimativas de valores de prejuízos gerados pelo escândalo no futebol brasileiro. “Em teoria, toda aposta direcionada, manipulada, traz prejuízo para a casa de apostas. Tanto é assim que eles têm um esquema de identificação de apostas fora do padrão. Eles cancelam certas apostas. Já aconteceu. Vamos enxugar o gelo de todas as nossas vidas porque a corrupção sempre existiu na humanidade. Cabe a nós reprimir essa conduta”, afirmou o procurador Rodney da Silva, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Nesse contexto, ser a plataforma sobre a qual os manipuladores atuam acaba sendo o ônus da conquista de espaço no mercado futebolístico, objetivo geralmente alcançado por meio de patrocínios. Hoje, as casas de apostas colocam dinheiro em clubes, ocupam espaços nobres em uniformes e em nomes de competições nacionais. A Betano, por exemplo, é a patrocinadora titular da Copa do Brasil. Por questões tributárias e falta de regulamentação, as casas de apostas não têm sede no território brasileiro. São empresas geralmente localizadas em paraísos fiscais como Malta e Curaçao.

Os executivos das casas de apostas entendem que a regulamentação da atividade no Brasil pode facilitar a cooperação com entidades esportivas para que atividades suspeitas sejam identificadas e inibidas em tempo real. “As casas de apostas são as principais vítimas da manipulação de resultados. Vejo avanços na fluidez da comunicação entre as casas de apostas e as federações estaduais, de forma a facilitar a troca de informações sobre movimentos incompatíveis em determinados jogos. Essas informações permitem que as federações realizem diligências internas para apurar possíveis fraudes”, aponta. Ainda estamos longe do cenário ideal, já que não há regras para esse tipo de transferência”, disse Darwin Filho, CEO da Esportes da Sorte.

Um grupo de nove casas de apostas formou o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR). Além da Bet365, citada na denúncia do MPGO, o bloco tem Flutter, Entain, Betsson Group, Betway Group, Yolo Group, Netbet Group, KTO Group e Rei do Pitaco. O IBJR disse em nota que “enxerga a regulamentação do setor de apostas esportivas no Brasil como essencial para a segurança dos apostadores, esportivas e operadoras, para que possam contribuir com o crescimento do país”.

O Instituto informou que firmou nesta semana parceria com a International Betting Integrity Association (IBIA) para desenvolver “projetos que garantam a integridade do esporte brasileiro” e já apresentou os representantes da IBIA às autoridades responsáveis ​​pelas investigações, para que possam trabalhar juntos. “A regulamentação trará segurança para empresas e apostadores, já que entidades e empresas poderão compartilhar dados para detectar comportamentos suspeitos”, afirma Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas.

Uma sugestão do ex-procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, que participa dos debates com o governo federal sobre a regulamentação das apostas, é limitar de alguma forma os ganhos com eventos da partida, como cartões amarelos e escanteios. Ele explicou a tese ao Blog do Perrone, do UOL. Quem está no ramo diz que ainda não há movimento das casas de apostas nesse sentido.” As opções de cartas, escanteios, etc., chamamos de mercado, um mercado específico de apostas esportivas. Os mercados que apresentam riscos para o setor bancário tornam-se uma escolha particular de gerenciamento de risco para cada empresa. Tem empresas que os gestores de risco, que são os trades dessas empresas, vão sugerir que esses mercados sejam excluídos de competições menores, mas outros vão manter, então não há um movimento uniforme”, acrescentou Darwin Filho, do Esportes da Sorte.

Ele acrescenta que o que pode acontecer é que a maior empresa hoje fornecedora de odds (cotações), que é a Sportradar, exclua alguns mercados específicos da base que fornece às operadoras. Segundo o executivo, haveria um padrão mais parecido entre os sites de apostas.

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