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Nísia Trindade defende programa de preparação para futuras pandemias

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu nesta quarta-feira, 19, que o Brasil tem o que chamou de programa de preparação para futuras pandemias. Ao participar de audiência pública na Comissão de Saúde e Defesa dos Direitos do Idoso, na Câmara dos Deputados, ela disse estar trabalhando nessa área com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e avaliou que o projeto inclui vigilância epidemiológica, investimentos em ciência e tecnologia e maior atenção ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“A saúde é uma nova frente de desenvolvimento no mundo. O Brasil não pode ficar para trás nesse processo e, agora que o país vai assumir a presidência do G20, vamos ficar atentos a esse processo. Ciência e tecnologia são fundamentais para a saúde, mas têm que estar a serviço do SUS, não podem ser vistas como fatores isolados”, destacou. Nísia lembrou que a pandemia de covid-19 desafiou o mundo e classificou como inaceitável que o país, dotado de um sistema de saúde universal, tenha registado mais de 700 mil mortos pela doença.

“Não esqueçamos que o momento que deveria ser de solidariedade não foi, pelo contrário: vimos desigualdade na distribuição de vacinas, vimos vários países que não tiveram acesso à vacina, apesar da visão da saúde como um bem público. E o Brasil tem um papel fundamental para pensarmos a saúde como um bem público. Isso deve articular o setor público e o setor privado”, afirmou, ao defender uma visão do SUS como política social e estruturante do desenvolvimento ambiental, social e inclusivo do país.

Para a ministra, a pandemia agravou o que ela chamou de processo de deterioração da saúde brasileira, com piora generalizada de indicadores e retrocessos institucionais, orçamentários e regulatórios que levaram ao desmonte das políticas da pasta, além da perda de credibilidade como autoridade de saúde. “Nossa saúde estava doente e nosso trabalho será de cuidado e cura. Este é o nosso compromisso. Portanto, os eixos da nossa gestão são o fortalecimento do SUS, para o qual o financiamento é fundamental.”

“Agora temos a oportunidade: veio a questão do arcabouço fiscal para o Congresso e, junto com isso, toda a discussão da reforma tributária para pensarmos no país que queremos, no futuro que queremos”, afirmou. Nísia também mencionou que a cobertura vacinal como um todo no país caiu desde 2016, principalmente entre as crianças. “Temos assistido, ainda hoje, a um frequente ataque nas redes contra o nosso movimento nacional pela vacinação”, disse ela, ao pedir apoio aos parlamentares para evitar a disseminação de notícias falsas.

A situação deixada pelo governo anterior, segundo o ministro, inclui 27,1 milhões de doses de vacina contra a covid-19 sem tempo suficiente para distribuição e um desperdício de quase 40 milhões de doses desde 2021, o que representa uma perda de Rs. R$ 2 bilhões aos cofres públicos, além de doses e insumos a vencer nos próximos meses. “Ao mesmo tempo que houve desperdício, faltou também vacinas fundamentais, como poliomielite, sarampo, inclusive a covid infantil, que haviam sido adquiridas, mas em volume insuficiente para uma campanha eficaz.”

O ministro mencionou a necessidade de se pensar a saúde de forma integrada com as áreas social e ambiental. “Um exemplo: nos últimos anos, vimos a mudança geográfica na distribuição da febre amarela. Isso está diretamente relacionado a fatores ambientais, reflorestamento, mudanças na concentração de primatas não humanos, todo um ciclo que muda. Sem contar a dengue e vários outros problemas relacionados à saúde humana e rural.”

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