O Brasil participará como país convidado da 49ª cúpula do G7, grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido. O evento acontece nos dias 20 e 21 de maio em Hiroshima, no Japão. O convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Mauricio Lyrio, o presidente brasileiro tratará de dois temas prioritários: o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e a paz mundial – tema que o presidente tem amplamente defendido em reuniões das quais participou no exterior.
De acordo com a organização geral do evento, entre os temas da agenda da Cúpula do G7 estão a agressão da Rússia à Ucrânia; desarmamento nuclear e não proliferação de armas nucleares; resiliência e segurança econômica; mudança climática e transição energética; comida segura; saúde; além dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Áreas como gênero, direitos humanos, digitalização e ciência e tecnologia também serão discutidas.
documentos G7
Segundo o embaixador Lyrio, ao final da cúpula serão apresentados dois documentos. A primeira, com o posicionamento dos sete países membros em relação aos temas da agenda. A segunda abrangerá o posicionamento do G7 e dos países convidados para a cúpula: Brasil, Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e Vietnã, além de representantes das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Agência Internacional de Energia, Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do Comércio e União Européia.
O governo brasileiro está trabalhando para que a declaração final reflita a visão do Brasil sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia e acredita que deve haver um consenso em relação à segurança alimentar, disse o embaixador em entrevista a jornalistas.
“Como se trata de uma declaração sobre a segurança alimentar e há efeitos do conflito na Ucrânia no acesso aos alimentos, uma referência inicial deve ser feita ao conflito na Ucrânia. E, naturalmente, o governo brasileiro negocia essa linguagem, para que seja compatível com a linguagem que o Brasil tem usado sobre o assunto, e inclusive a tem defendido na negociação de resoluções em diversos órgãos internacionais, como a própria ONU”.
Agendar
O presidente Lula parte para o Japão nesta quarta-feira, 17, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, e de uma delegação do governo federal ainda em definição.
Em Hiroshima, o presidente brasileiro participará das três reuniões oficiais da cúpula do G7, com temas pré-definidos. No sábado (20), as lideranças vão discutir temas relacionados à alimentação, saúde, desenvolvimento e gênero. Na tarde do mesmo dia, a pauta inclui questões sobre clima, energia e meio ambiente.
No domingo, dia 21, o tema será a necessidade de um mundo próspero, estável e pacífico. No mesmo dia, o presidente deve visitar o Museu do Parque Memorial da Paz de Hiroshima.
O embaixador Lyrio informou aos jornalistas que Lula ainda terá três encontros bilaterais: com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Indonésia, Joko Widodo; e com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
Brasil no G7
Esta será a sétima participação do presidente Lula nas cúpulas do G7. As seis primeiras aconteceram em seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2009. Desde 2009, o Brasil não participa de uma reunião do grupo.
Segundo o Itamaraty, a retomada da participação do Brasil nas reuniões do grupo sinaliza o engajamento do país com o G7 e marca o equilíbrio da posição do Brasil em temas delicados no cenário internacional.