Ônibus queimado em Guarapes, Zona Oeste de Natal, na manhã desta quinta-feira, 16 – Foto: José Aldenir/Agora RN
O diretor do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (SETURN), Marcelo Passos, classificou a situação no Rio Grande do Norte como “guerra civil”, após mais um incêndio em ônibus ter sido registrado na manhã desta quinta-feira, 16. o governo subestimou o poder dos criminosos, que hoje são maiores que o Estado.
“Acho que o nosso grande erro de ontem foi que calibramos o banditismo para baixo, calibramos errado. O governo tem que fazer um pacto com as Forças Armadas, trazer mais dessa Força Nacional pra cá, porque o banditismo foi calibrado ontem pela baixa, o banditismo hoje é maior que o estadual”, declarou o diretor da Seturn em entrevista à 96 FM no manhã desta quinta-feira, 16.
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A declaração do empresário foi dada logo após o novo ataque a um ônibus do transporte público de Natal, no bairro Guarapes, Zona Oeste de Natal. O crime ocorreu menos de uma hora depois que a frota começou a deixar as garagens e mesmo depois de o Governo do Estado garantir, em reunião realizada ontem, a segurança nos corredores por onde passam os ônibus.
“Na verdade, estamos vivendo o terror, estamos em uma guerra civil na periferia”, lamenta Marcelo Passos. “Tivemos uma reunião ontem à noite com toda a liderança de segurança, mas infelizmente nossa saída hoje foi traumática e perversa. A situação é muito caótica, é um cenário de guerra com consequências econômicas terríveis”, observa.
O empresário também cobrou uma posição mais firme do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), que ainda não se pronunciou publicamente sobre os ataques a ônibus, prédios públicos e estabelecimentos privados registrados em Natal desde a madrugada da última terça-feira. 14. Marcelo defende que seja feito um pacto entre todos os poderes.
“Precisa aparecer o prefeito Álvaro, a Câmara Municipal também precisa estar presente para que possamos, junto com o Estado, reverter imediatamente essa situação caótica, nociva, que é o Natal que a gente nunca pensou que iria se consolidar como potiguares”, frisa. “O prefeito Álvaro precisa enfrentar essa situação junto com o governador. Estamos vivendo um caos”, conclui.