Oito jogadores são suspensos por 30 dias pelo STJD por casos de apostas

Eduardo Bauermann (Santos), é um dos envolvidos em esquema de apostas, segundo investigação / Foto: Reprodução
O presidente do STJD (Tribunal Superior de Justiça Desportiva), Otávio Noronha, determinou a suspensão preventiva, por 30 dias, de oito atletas investigados na operação Pena Máxima, do Ministério Público de Goiás, que apura manipulação de resultados no futebol brasileiro .
A determinação do presidente do STJD foi publicada primeiramente pelo site ge.globo e confirmada pela Folha de S. Paulo.
A decisão de Noronha atende a pedido feito nesta segunda-feira (16) pela Procuradoria do STJD. O pedido de suspensão foi feito para os seguintes jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Moraes (Aparecidense, ex-Juventude), Gabriel Tota (Juventude), Paulo Miranda (Náutico, ex-Juventude), Igor Cariús (Sport, ex-Cuiabá) , Matheus Gomes (ex-Sergipe), Fernando Neto (São Bernardo, ex-Operário-PR) e Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino).
Seis deles foram denunciados pelo MP-GO. A Justiça de Goiás acolheu a denúncia e os tornou réus. Kevin Lomónaco e Moraes fizeram acordo de colaboração com o MP e não foram denunciados na Justiça Comum, mas continuam sujeitos a punições esportivas.
Até a decisão desta terça, os jogadores ainda poderiam ser escolhidos por seus clubes. Algumas equipes, porém, já haviam tomado a decisão de suspender contratos ou afastar os envolvidos.
Segundo o procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, embora não tenha havido julgamento, as provas apresentadas pelo Ministério Público são suficientes para justificar o gancho preventivo.
No âmbito esportivo, os jogadores foram denunciados com base no artigo do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) que fala sobre “agir deliberadamente de forma prejudicial ao time que defende”. A pena prevista é de multa de até R$ 100 mil e suspensão de até dois anos. Em caso de reincidência, é possível o banimento do esporte.
Por enquanto, o MP-GO já fez 15 atletas réus. Outros jogadores são citados nas investigações, mas não foram denunciados.
O que dizem os atletas:
Lomónaco e Moraes confessaram sua participação no esquema.
Bauermann, antes de divulgar as conversas que teve com apostadores, negou “vigorosamente”, em nota, qualquer envolvimento. Após a apresentação da denúncia pelo MP-GO, ele preferiu não se manifestar.
Em comunicado, questionado sobre a receção de dinheiro, Gabriel Tota disse: “Não me lembro”.
A assessoria de Paulo Miranda disse em nota que ele “sempre se colocou à disposição para esclarecimentos”. Afirmou ainda que o atleta “fará todos os esforços possíveis para demonstrar a sua inocência”.
O advogado de Igor Cariús declarou ao site ge.globo que o dinheiro negociado por ele não foi usado para manipular partidas. “Pode ser” referindo-se ao patrocínio de artigos esportivos, disse o advogado, antes de dizer que vai estudar o caso para identificar o motivo do pagamento.
Matheus Gomes não se pronunciou publicamente.
A defesa de Fernando Neto disse ao UOL que ele é inocente e foi vítima de chantagem. Segundo seu advogado, ele não cumpriu o que foi pedido e devolveu o dinheiro que havia recebido dos apostadores.