Presidente da União Brasil no Rio Grande do Norte, o ex-senador José Agripino admite a possibilidade do deputado federal Paulinho Freire (União Brasil) ser candidato a prefeito de Natal em 2024. Sobre a candidatura para o ano que vem, o presidente do partido considera que a posição do parlamentar nome seria bom para a cidade de Natal.
Agripino adianta, porém, que Paulinho só será candidato a prefeito se conseguir montar uma aliança que lhe dê grandes chances de vencer a eleição, já que Natália Bonavides (PT), que já colocou seu nome à disposição para a disputa, poderá se tornar um “candidato forte” se os governos de Lula e Fátima conseguirem ter um desempenho melhor até o período eleitoral do ano que vem.
“Ele [Paulinho Freire] ele será candidato a prefeito se reunir condições de alianças que o tornem um candidato com grandes chances de ganhar a eleição”, declara. O presidente da União Brasil também afirmou que quer que seu partido caminhe ao lado do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), no próximo processo eleitoral na capital. Álvaro não poderá concorrer à reeleição e está analisando possíveis nomes para apoiar, entre eles Paulinho Freire.
“Temos candidatos fortes no partido? Nós temos. Paulinho Freire é um deles? Ele é um deles. Ele tem o apoio de um poderoso grupo de vereadores? Conta. Ele pessoalmente é uma figura positiva, ele está preparado para o papel? Acho que está preparado, é uma figura positiva, muito hábil e seria bom para o Natal.
Agora, o candidato está definido e acabado e ele está? Não, porque antes de pensar em competir, temos que pensar em vencer”, disse Agripino Maia em entrevista à 94 FM nesta quinta-feira, 13.
Ao analisar a possibilidade de Paulinho Freire ser candidato a prefeito de Natal sem o apoio de Álvaro Dias, Agripino destacou que o apoio do atual chefe do Executivo em Natal “é muito importante para a vitória” e defendeu um entendimento entre o grupo.
GOVERNO DE FÁTIMA
Ex-governador do Rio Grande do Norte, José Agripino fez um balanço negativo dos primeiros 100 dias do segundo mandato de Fátima Bezerra (PT) no Governo do Estado. Ele destacou problemas como os atentados criminosos ocorridos no mês passado em dezenas de cidades, afirmando que faltou ao governo estadual uma atitude mais enérgica contra o crime. Outros pontos destacados por Maia foram as greves na saúde e na educação e a falta de capacidade do governo para negociar com as categorias.
Para o ex-governador, em relação às investidas criminosas, o governo agiu tardiamente, “depois de muitos danos” à imagem do Estado e aos setores de turismo, comércio e serviços. “Qual foi a atuação do Governo do Estado? Sinto muito, deplorável, não agi. Se eu fosse governador, teria agido de forma muito diferente. Então, nesses 100 dias, além de não ter nada de novo, teve a notícia negativa que foi a passividade do governo diante de uma explosão de violência e terrorismo”, enfatiza.
Ele também cobrou explicações do Governo do Estado sobre o que foi feito para conter os ataques. “Os bandidos tinham um acordo político com um partido político e esse acordo foi quebrado e de repente foi refeito e tudo parou? O que aconteceu, o que há e o que precisa ser feito? Todas essas respostas têm que ser dadas ao Estado e o Estado espera”, declarou.
OPOSIÇÃO MAS FAZENDO INDICAÇÃO
Recém reconduzido à presidência da União Brasil no Rio Grande do Norte, Agripino afirmou que o partido deve manter uma posição de centro tanto no espectro político nacional quanto no âmbito local. Na sua opinião, o país está “cheio de atitudes radicais”.
O União Brasil é resultado da fusão entre os ex-partidos Democratas, que sempre se opuseram a Lula, e o PSL, ex-partido de Bolsonaro. Hoje a sigla está quebrada, pois alguns deputados apoiam o governo do presidente do PT e outros defendem uma postura de oposição. Ele concorda que a posição dividida da União Brasil é algo negativo e precisa ser administrado.
“São conflitos reais que existem dentro do partido que temos que gerir, preservar o máximo de adeptos possível, mas fazer uma transição sensata”, aponta. Ele ressalta, porém, que sua posição na Diretoria Nacional da União Brasil é de “oposição [ao governo Lula]mas votando com sensatez”.
“Quando o país exige voto para coisas positivas, minha voz – e sou o vice-presidente nacional do partido – minha opinião é votar ‘sim’, a favor; quando não, voto contra, então uma posição de independência com sensibilidade”, explica.
Apesar de defender uma postura de oposição ao governo Lula, Agripino revela que foi consultado sobre indicações de nomes para assumir cargos federais no Rio Grande do Norte.
A consulta feita ao senador era para que ele indicasse o superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), no Rio Grande do Norte. “Pediram-me o nome do superintendente local e dei-lhe um nome. Em benefício de quem? Em prol de administrar tudo que a Codevasf tem – e tem muita coisa que já está acontecendo há algum tempo – rodando aqui no Estado, essa é a minha forma de colaborar”, destaca.
Embora não tenha citado nomes, o indicado por Agripino para o cargo de Codevasf, conforme revelou a coluna “Opinião”, do Agora RN, foi o ex-prefeito de Assú Ivan Júnior, candidato a vice-governador na chapa de Fábio Dantas (Solidariedade) nas eleições do ano passado.