Já para a gasolina, a defasagem é de 6%, também favorável à queda de R$ 0,17 por litro – Foto: Agência Brasil
Com preços domésticos bem acima dos preços internacionais, a Petrobras reduzirá, a partir de sábado, 29, o preço do diesel em 9,8% em suas refinarias, ou menos R$ 0,38 por litro, informou nesta sexta-feira, 28, o estado. O preço passará de R$ 3,84 para R$ 3,46 o litro, após 37 dias sem reajuste.
“Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel vendido nos postos, a participação da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 3,05 para cada litro vendido na bomba” , disse a empresa, em nota publicada nesta sexta-feira.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Combustíveis (Abicom), a diferença entre o preço do diesel nas refinarias da Petrobras e o mercado internacional atingiu nesta quinta-feira, 27, uma defasagem positiva de 17%, a maior desde o início de fevereiro, abrindo espaço para uma queda de R$ 0,55 por litro.
Já para a gasolina, a defasagem está em 6%, também favorável a uma queda, de R$ 0,17 por litro.
“Apesar da estabilidade da taxa de câmbio, os preços de referência da gasolina e, principalmente, do óleo diesel apresentaram desvalorização no mercado internacional no fechamento de ontem [quinta-feira]pelas contas da Abicom, o cenário de preços médios está acima da média do óleo diesel e da gasolina”, informou a associação.
janelas para importações
A defasagem positiva abriu janelas para importações nos seis pólos do país, informou a Abicom, com destaque para Itaqui (RS) e Itacoatiara (AM).
Nesses dois polos, a maior diferença foi registrada para o diesel (18%) enquanto a gasolina é mais cara no Polo Suape (PE). com preços 7% acima do Golfo do México, utilizado como referência internacional.
Gasolina sem reajuste por 58 dias
A Petrobras não reajusta a gasolina há 58 dias. A estatal elegeu nesta quinta-feira sua nova diretoria, que, juntamente com a nova diretoria já empossada, deve traçar uma nova política de preços para a empresa em substituição ao preço de paridade de importação (PPI), implantado em 2016 .
Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a ideia é tornar a estatal mais competitiva no mercado de combustíveis e recuperar o espaço perdido pela gestão do governo anterior.
No polo de Aratu, na Bahia, onde funciona a única refinaria privada relevante para o mercado (Refinaria de Mataripe), com 14% do abastecimento nacional, a diferença para o diesel é de 5% e para a gasolina, 4%. A Acelen, que controla a unidade, faz reajustes semanais, mantendo o preço mais próximo do praticado fora do Brasil.
Denise Luna e Gabriel Vasconcelos – Estadão Conteúdo