Suzano Motta, presidente da Aegostoso, falou sobre o potencial turístico da cidade — Foto: Divulgação
Paisagens paradisíacas, ventos bons para geração de energia eólica e também para a prática de esportes como o kitesurf. São Miguel do Gostoso fica a 100 km de Natal, com bons acessos, e se tornou um forte polo turístico do Rio Grande do Norte. No réveillon, a cidade é um dos destinos preferidos das celebridades. Seja para as pousadas ou para as grandes festas. Segundo a Associação dos Empresários e Empresários de São Miguel do Gostoso (Aegostoso), são cerca de 200 opções de hospedagem entre pousadas, chalés e casas e forte apelo como destino gastronômico com mais de 80 restaurantes.
Porém, na visão de setores econômicos do município, o turismo na cidade precisa ser reinventado para que o destino fique mais atrativo nas baixas temporadas e a infraestrutura precisa ser melhorada, o que depende de uma atualização das políticas municipais relacionadas ao meio ambiente . ambiente. Com essas questões, na visão da principal entidade ligada ao setor produtivo da cidade, o local pode se tornar um mercado imobiliário ainda mais aquecido.
Isso porque, segundo Suzano Motta, presidente da Aegostoso, o mercado imobiliário tem como diferencial a localização da cidade. “É uma cidade muito ventosa, com muitas áreas de preservação e belezas naturais, e isso gerou uma corrida imobiliária para o destino. Hoje temos três grandes condomínios lançados com sucesso para venda. Os compradores são maioritariamente do sul do país, que viram em Gostoso uma forma de ter um destino de férias com sol o ano inteiro e rentabilizar o seu investimento alugando os seus imóveis quando não estão a ser utilizados. Pós-pandemia e com o fator homeoffice, muitos estão transformando seus escritórios fixos em itinerantes. E Gostoso recebe muitas pessoas que fizeram esse tipo de escolha de vida”, disse.
Segundo Motta, o mercado local espera encerrar as vendas dos empreendimentos lançados nos próximos meses e já espera pelo menos cinco novos lançamentos com mais de 100 unidades habitacionais e mais 12 novas localizações com entre 10 e 30 apartamentos. “Todo esse boom imobiliário fez com que as grandes construtoras do Nordeste voltassem os olhos para as áreas disponíveis na região e prova disso é a chegada fortíssima do corretor Caio Fernandes com exclusividade em Gostoso e a chegada do maior construtora do Nordeste que vai lançar em breve”, avaliou.
Porém, nem tudo é motivo de comemoração. Segundo Aegostoso, o turismo na região está em alta, mas enfrenta uma longa baixa temporada. “De março a outubro, a atividade turística conta com feriados prolongados e alguns eventos do calendário local, como o Festival de Cinema e o festival gastronômico. A recessão impõe ao empresariado a necessidade de se reinventar, uma vez que não dispõe de outros agentes propagadores do destino, como agências de viagens e publicidade pública ou privada”, afirmou.
Para ele, porém, existem alguns outros caminhos, como a construção de um centro de convenções que sem dúvida pode mudar esse quadro, com eventos realizados em épocas de menor turismo de lazer. “A ideia é viabilizar, por meio de parceria público-privada, a construção de um centro de convenções para colocar Gostoso na rota dos destinos turísticos e de eventos. Ao realizar shows, congressos, feiras e convenções, você atrai turistas qualificados e mantém o turismo em Gostoso sustentável”, argumenta. Para o presidente da entidade, a cidade oferece características que favorecem a ideia. “São muitos canteiros, a apenas 100 km da capital com acesso impecável, é uma região com muito verde, áreas de preservação”, completou.
Em termos de infraestrutura, na visão de Suzano Motta, a cidade sofre de limitações. “O corredor de acesso ao principal cartão postal do município, a Praia de Tourinhos, é um percurso de 8 km de barro e lama. As barracas de praia são precárias em termos de aparência, higiene, conforto e acesso. A rua gastronômica conhecida mundialmente por seus bistrôs com renomados chefs internacionais obriga o turista a conviver com buracos, falta de acessibilidade e animais abandonados. Coisa que pequenas atitudes do governo podem resolver facilmente”, afirmou.
Parte da falta de estrutura se deve a questões ambientais, destacou Motta. “A cidade tem muita limitação de obras estruturantes. Está em processo de ficar 100% limpo com a chegada de um sistema de abastecimento de água de melhor qualidade. No entanto, ainda é uma cidade nativa, pois é um município de apenas 28 anos de existência e sofre com as limitações de gestores públicos sem muita visão empreendedora. Recentemente, a Prefeitura lançou um edital para elaboração e atualização do código ambiental e isso vai ajudar muito a mudar alguns hábitos e tratos da cidade com o descarte de lixo, animais abandonados nas ruas e poluição visual”, finalizou o presidente da Associação.