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Reverter fome em quatro anos será um grande desafio, diz secretário

Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal / Foto: Antonio Cruz

Em 2014, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou que o Brasil estava fora do Mapa Mundial da Fome. Hoje, quase dez anos depois, a insegurança alimentar atinge novamente mais de 33 milhões de brasileiros, segundo estudo publicado em 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan).

Durante a cerimônia de posse, em janeiro deste ano, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que acabar com a fome é uma das prioridades de seu governo.

Reverter a situação em que o país se encontra hoje garantir alimentação adequada para toda a população, porém, será uma tarefa difícil.

Segundo a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, foram necessários mais de dez anos para que o combate à fome culminasse com a saída do Brasil do Mapa da Fome – analisando os primeiros governos de Lula (2003 a 2010) e o mandato de Dilma Dilma (desde 2011).

“Nosso ministro [Wellington Dias, do Desenvolvimento Social] já disse que quer tirar o Brasil do Mapa da Fome [novamente], que queremos garantir a segurança alimentar da população brasileira. É sim possível reverter a situação atual nos próximos quatro anos. Lembrando que, em momentos passados, levamos mais de dez anos para reverter essa situação, então é um desafio muito grande reverter a atual situação de fome e desnutrição em apenas quatro anos, mas o governo está trabalhando e articulado para isso”, destacou o secretário.

Segundo ela, o governo anterior deixou um legado para as políticas de combate à fome que inclui desorganização e desarticulação de programas, poucos servidores e baixo orçamento no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023.

“Nos últimos anos, a pauta tem sido tocada por pessoas que não entendem do assunto, que não são da área, e têm feito um esforço para afastar qualquer possibilidade de construção de uma agenda de segurança alimentar. Desde a extinção do Consea [Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional]em 1º de janeiro de 2019, até a destruição total do orçamento no PLOA de 2023”.

Segundo o secretário, as estratégias do atual governo para combater a insegurança alimentar no país envolvem “políticas públicas amplas”, que envolvem questões como o aumento da produção de alimentos básicos, por meio do Plano Safra, ações de fornecimento de refeições pelos municípios e garantia da chegada de alimentos para locais com os maiores índices de desnutrição.

A expansão da renda familiar, com ações como a reestruturação do Bolsa Família, a recuperação do poder de compra do salário mínimo e a geração de empregos também são prioridades do governo federal.

“Tanto a ideia de Ter renda via transferência de renda, o quanto as estratégias de geração de trabalho e renda ajudam a Ter acesso [aos alimentos]”, ele disse.

“O governo reconhece isso, sabe da sua importância e vai focar parte do trabalho de seus diversos órgãos para que o Pnae seja plenamente implantado nos próximos quatro anos e que as escolas possam comprar e fornecer comida de verdade para as 40 milhões de crianças que participar. alimentar diariamente nas escolas”.

Outra frente importante é a regulamentação do setor de alimentação no país para combater a obesidade, uma das faces da insegurança alimentar. “Temos a necessidade de enfrentar isso, de forma ampla e intersetorial, considerando as múltiplas faces que a fome e a desnutrição manifestam. Não é possível que as pessoas tenham acesso apenas a produtos ultraprocessados, porque aparentemente as pessoas podem estar comendo, mas ainda estão em estado de desnutrição”.

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