O Governo do Rio Grande do Norte instalou nesta quinta-feira (16) um gabinete de crise como forma de tentar controlar as investidas criminosas que ocorrem em diversos municípios desde a última terça-feira (14).
O GGC (Gabinete de Gestão de Crise) foi instalado pela governadora Fátima Bezerra (PT) durante reunião com representantes do Legislativo, Judiciário, Ministério Público Estadual e Federal e entidades representativas da sociedade.
O governador solicitou, e o Ministério da Justiça vai enviar mais agentes da Força Nacional até esta sexta-feira (17). Mais cem policiais devem se juntar à força que já está no estado. Pelo menos 59 suspeitos foram presos.
Durante a madrugada e madrugada desta quinta-feira, diversos municípios voltaram a ser alvo de criminosos.
A assessoria da Sesed (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social) não informa os locais, mas a Folha apurou que houve ataques em vários pontos de Natal, Macau, Florânia e Mossoró.
Devido à insegurança, várias cidades mantêm suspensos os serviços públicos, como transportes, aulas, atividades desportivas e cuidados de saúde.
Em Natal, nesta quinta-feira, não houve operação comercial de trens urbanos, devido ao ataque sofrido em uma das estações e obstáculos colocados na ferrovia.
A Prefeitura de Macau suspendeu o transporte aos utentes do sistema de saúde que iriam realizar exames e consultas fora do município. A Câmara Municipal também interrompeu o seu funcionamento e sessões.
Em Mossoró, aulas, serviços de saúde e transporte público estão paralisados. A limpeza urbana ocorre de forma parcial e com a escola da Guarda Civil Municipal.
As investidas criminosas no Rio Grande do Norte, iniciadas na madrugada desta terça-feira, estão relacionadas a uma união de facções que reivindicam mudanças nas condições dos presídios do estado, segundo o Ministério Público Potiguar.
Para os investigadores, as ações têm sido utilizadas para exigir o retorno das visitas íntimas e a autorização do envio de alimentos pelas famílias. Uma fiscalização realizada no final do ano passado por um órgão federal apontou a prática de tortura física e psicológica, com punições e fornecimento de comida estragada.
A governadora Fátima Bezerra diz que o governo vai investigar as denúncias.
Nesta quarta-feira (15), um homem apontado como financiador e um dos líderes da onda de violência foi morto em um suposto confronto com policiais na Paraíba. José Wilson da Silva Filho, 29, era foragido e estava escondido em uma residência no bairro Paratibe, em João Pessoa, segundo a Polícia Civil Potiguar. Outro suspeito está internado.
EQUILÍBRIO DAS AÇÕES DA FORÇA DE SEGURANÇA ATÉ 9H30
59 suspeitos presos (1 adolescente, 8 foragidos recapturados pela justiça, 1 tornozeleira presa com arma de fogo, 1 tornozeleira com galão de gasolina)
15 armas de fogo apreendidas
4 simulacros de arma de fogo apreendidos
46 artefatos explosivos apreendidos
10 litros de gasolina apreendidos
5 motos apreendidas
2 carros apreendidos
Dinheiro
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Munição
FRANCISCO LIMA NETO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)