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STF inicia julgamento de Collor;  Ministério Público pede 22 anos de prisão

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira, 11, o julgamento do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor, acusado de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A ação penal foi aberta a partir das investigações da extinta Operação Lava Jato. Relator do processo na Corte, o ministro Edson Fachin aproveitou a sessão presencial de ontem para afastar questões preliminares, mas não votou no mérito da denúncia. O julgamento foi suspenso e será retomado na próxima semana.

Collor foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber mais de R$ 29 milhões em propinas, entre 2010 e 2014, em troca de dirigir e sobrecarregar contratos da BR Distribuidora, então subsidiária da Petrobras. A denúncia afirma que ele, à época senador, tinha influência política na estatal e fez nomeações estratégicas em conselhos na tentativa de “equipar” a empresa. Ele nega as acusações.

Em manifestação feita anteontem, a PGR defendeu a pena do ex-presidente a 22 anos e oito meses de prisão. “Um senador da República, obviamente, ou qualquer político, tem contatos e pode até indicar nomes. O problema é indicar e solicitar vantagens disso”, disse a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo.

Se condenado, Collor se tornará o segundo ex-presidente da República condenado na Lava Jato. O primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva, que posteriormente teve o processo anulado. Sem mandato, Collor concorreu a governador de Alagoas no ano passado, mas não se elegeu.

ação criminosa

Collor foi formalmente denunciado em agosto de 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a denúncia, uma organização criminosa ligada à BR Distribuidora atuou “visando principalmente o desvio de recursos públicos para benefício privado, a corrupção de agentes públicos e a lavagem de dinheiro”.

Dois anos depois, a Segunda Turma do STF decidiu aceitar parcialmente a denúncia e colocou o então senador pelo PTC de Alagoas como réu. Na ocasião, os ministros rejeitaram a denúncia pelos crimes de peculato e obstrução de justiça. Collor se tornou o terceiro senador em exercício a ser réu na Lava Jato. A denúncia da PGR também foi parcialmente acolhida contra os ex-ministros Pedro Paulo Bergamaschi e Luis Eduardo Amorim, apontados como operadores de Collor no esquema, pelos mesmos crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PGR acusou o ex-presidente 30 vezes de crime de corrupção passiva e 376 vezes de lavagem de dinheiro

Ao votar pela abertura do processo penal, Fachin afirmou que, “ao contrário do que sustentam os arguidos, a denúncia não se sustenta apenas em depoimentos prestados em colaboração premiada”. “Existem inúmeros outros indícios que reforçam as declarações prestadas pelos empregados, como dados bancários, depoimentos, informações policiais e documentos, o que basta neste momento, em que não se exige um juízo de certeza sobre culpa”, disse o relator, em A Hora. . Na avaliação do ministro do STF, houve “justa causa para a propositura da ação penal”.

carros

No decorrer das investigações, a PGR concluiu que Collor adquiriu veículos de luxo para lavar o dinheiro obtido com crimes de corrupção. Em julho de 2015, na Operação Politeia, uma Lamborghini, uma Ferrari, um Rolls-Royce e outros dois carros foram apreendidos na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília. Havia também, em nome de uma empresa, um barco.

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