Salário mínimo no ano que vem será de R$ 1.389 – Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (17) que o salário mínimo deve aumentar acima da inflação em 2024, como era uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“É óbvio que não há a menor chance de o presidente [Lula], no ano que vem, sem aumento real do salário mínimo. Que tire de qualquer lugar, mas o presidente não vai quebrar promessa de campanha”, disse o ministro, ao apresentar os números do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2024, enviado na última sexta-feira (14) ao Congresso Nacional.
Ela explicou que, no PLDO, a equipe econômica trabalhou com piso para o salário mínimo, mas, caso o novo quadro fiscal seja aprovado, haverá aumento de receitas e corte de despesas e, consequentemente, espaço para ganho real.
Pelo PLDO de 2024, o salário mínimo no próximo ano será de R$ 1.389, com base apenas na substituição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 2023.
renúncia fiscal
Em entrevista à imprensa, Simone Tebet também falou sobre a concessão de benefícios fiscais a determinados setores da economia brasileira. “Lembramos muito das renúncias [fiscais] legítimos, outros, nem tanto, que perduram ao longo dos anos. Não esqueçamos de fazer um recorte de quanto de receita foi isenta no ano passado no processo eleitoral, e que pode ser rapidamente recuperada”, disse, lembrando, entre outras, a isenção de combustíveis, em 2022.
Para o ministro, é preciso recompor a base de cálculo e rever as isenções concedidas em 2022. “Algumas medidas eleitorais, ano passado, um ano e meio, dois anos atrás, foram feitas sem nenhum planejamento, sem nenhuma análise de custo benefício. .”
Na entrevista coletiva, o secretário da Receita Federal, do Ministério da Fazenda, Robinson Barreirinhas, disse ainda que estão sendo discutidas medidas para atingir o superávit primário, incluindo a revisão de isenções para corrigir distorções. “Temos um sistema tributário perverso: os pobres pagam muito e os ricos pagam pouco.”
O secretário Barreirinhas destacou como está sendo pensado pela área econômica do governo Lula. “Toda a discussão sobre a reforma tributária gira em torno da enorme carga tributária sobre o consumo, que é muito alta. São quase 50% da carga do consumo, que acaba onerando os mais pobres”. E falou sobre o objetivo do Ministério da Fazenda. “É uma meta enfrentar essa situação, seja estruturalmente, por meio da reforma tributária, seja por esse caminho de fechar essas lacunas [na isenção de tributos].