O Departamento de Comunicação (Decom/UFRN) promove a 2ª Mostra Cinema e Democracia: Do Sonho às Coisas. O evento exibirá, entre os dias 16 e 18 de maio, seis filmes que relatam consequências autoritárias na democracia, como a presença da violência política. O show, que começa sempre às 18h, no auditório do Decom, dá ênfase aos grupos subalternos. As inscrições podem ser feitas pelo Sigaa.
No primeiro dia, a Mostra homenageia a vereadora e defensora dos direitos humanos Marielle Franco, cujo assassinato completou cinco anos em 14 de março. Serão exibidos o curta Elle, sobre a passagem da família de Marielle por Paris, e o longa Sementes, sobre o legado deixado pela parlamentar. O bate-papo será conduzido por Isabelle Rodrigues, autora do livro Vozes do Silêncio: as mulheres que não se calaram, e por Liliane Mutti, uma das diretoras da Elle.
Os próximos dois dias serão dedicados ao tema memória, verdade e justiça. No dia 17, o foco será a perspectiva de filhas e filhos, com o curta-metragem documentário de animação, Torre, que traz histórias dos filhos do ativista potiguar Virgílio Gomes da Silva. Também será exibido o longa de ficção O ano em que meus pais saíram de férias. Hoje à noite, o debate será conduzido por Ana Beatriz Sá, neta de Glênio Sá, que foi militante da Guerrilha do Araguaia, e Juan Almeida, que trabalhou como pesquisador na Comissão da Verdade da UFRN de 2012 a 2015.
Ao final do evento, o período ditatorial é relacionado aos dias atuais. Um dos temas é a perseguição sofrida pelo povo indígena Krenak, apresentada no média-metragem Reformatório Krenak. Na última sessão, será exibido o longa-metragem Memória sufocada, de Gabriel Di Giacomo. O filme apresenta diferentes narrativas do passado que iluminam os tempos atuais em uma montagem com materiais disponíveis na internet, mas pouco acessados. O título dialoga com o livro Verdade sufocada, escrito pelo carrasco Carlos Alberto Brilhante Ustra. A diretora participa do debate online, que conta ainda com a presença de Andrielle Mendes, médica pela UFRN e integrante da Articulação Negra e Indígena do Audiovisual e Cinema do Rio Grande do Norte.
A mostra teve curadoria das professoras da UFRN Aline Lucena e Mônica Mourão. Também contou com a participação dos pesquisadores e cineastas do audiovisual Arthur Frazão, doutorando em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Mili Bursztyn, doutoranda em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF).